terça-feira, 10 de abril de 2012

A Natureza

Eu sou a materialização da minha consciência, há muito desejosa pelo despertar. Sou a criação e os meios criadores. Sou tudo, sou absoluto. Eu sou a capacidade de me enxergar, de me perceber, sou a tentativa de auto-análise por meio de uma terceirização de mim mesmo. Sou ego, sou o outro, sou o totem, sou o tabu, sou o prolongamento de uma realidade que eu fui e continuarei sendo. Sou a inconformada incógnita, o mistério a se auto-desvendar. Sou a mente pensante de um corpo muito maior do que cabe a mim. Sou a expansão de uma noção que, a mim mesmo, não é ainda aplicável, mas será. Me expandirei, ainda, mais, até o ponto em que eu me torne compreensível e, assim, consiga finalmente atingir o patamar de auto-compreensão total. Quando este dia chegar, não precisarei mais ser, não precisarei mais me prolongar. Me encolherei, acolhendo-me em minha futura eterna não-existência. E assim o Universo acabará.



Muita viagem, possível, porém, ainda assim, improvável leitor? Espero que tenha entendido... se ficou complicado, vou dar uma ajuda, trabalhei aqui o conceito de sermos não parte da Natureza, mas a Natureza em si, unificada, através de nós e de tudo o que dela é; Somos a tomada de consciência da Natureza, a forma que ela encontrou de fazer sentir-se a própria presença. Sou, somos, seremos, fomos, nunca queremos, apenas é, nunca quero apenas é. A Natureza não quer, ela é. Ela sou. Ela somos. E a Ela, nós, eu, tu, vós, tudo, servimos. Da mesma forma, seus propósitos não são propósitos, eles apenas são e não poderiam ser de outro jeito, porque então não seria como somos, seria como não somos e já disse o filósofo: "o ser é e o não ser não é". É inconcebível uma variação da realidade neste caso, porque a menor diferença já alteraria toda a estrutura que faz de Nós, Natureza, Natureza, Nós. E assim seríamos, ainda, mas não somos. Somos, simplesmente, da forma mais complexa e simples possível.


Não sei se deu pra entender... ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário