sábado, 17 de dezembro de 2011

Reflexão...

Por que? Em situações mais críticas eu me sinto mais feliz? Em meio a problemas, eu me sinto aliviado? Em meio a brigas eu me sinto em paz? Vai entender... Acho que tentar superar uma situação é mais fácil pra mim do que superar a mim mesmo... e mais objetivo... com o desafio que a vida propõe eu sei lidar... agora, com os desafios e obstáculos que são impostos por mim mesmo, esses... ah, esses são os piores... até hoje não consegui lidar com nenhum.

Sou fraco.

Sou o primeiro a admitir isso, sou fraco.

Eu quero querer, mas não sei se consigo. Ou querer, eu quero, mas não ponho em prática?

Eu quero deixar de ser fraco?

Essa é a franca questão que fica no ar...

domingo, 27 de novembro de 2011

Um momento

Quando você escreve uma série de posts ruins e quer se desculpar com quem quer que tenha lido.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Relato

Garoto Moleque
Vadio de Alma
Vagabundo de Coração
Livre
Livre de conceitos
Pré-conceitos
Imune
a pós-conceitos,
Considerações arrogantes
de quem tenta entender
a Simplicidade
de Gostar de Viver
Faz parte do seu show
Fez, fará
O tempo não para
Você também não
Codinome Felicidade
Exacerbada
Safada, sacana
Mar, cama, chão,
Céu, mel,
Segredos de liquidificador
A vida é louca, sim
A morte nem tanto
Mas trago boas novas
O tempo não para
Você também não
Codinome Felicidade
Exagerada
Na morte não há Solidão

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Maior compositor do mundo.


    


 Paulo César Pinheiro - Canto Brasileiro 





Meu coração é o violão de Espanha
Meu sangue quente é o banjo americano
A minha voz é o cello da Alemanha
Meu sentimento é o bandolim cigano
A minha mágoa é o som francês do acordeon
Meu crânio é a gaita de fole escocesa
Meus nervos são como bandoneon
Minha calma é igual guitarra portuguesa
Meu olho envolve como flauta indiana
Minha loucura é como harpa romana
Meu grito é o corne inglês de desespero
Maldito ou bíblico, demônio ou santo
Cada país foi me emprestando um canto
E assim nasceu meu canto brasileiro

Isso É O Que Acontece Quando Se Encontra Num Show Uma Menina Igual A Scarlett Johansson ou Está Um Lixo Infantilóide

Pesa, dói, estremece
Foi muito pouco
Foi muito rápido
Foi muito súbito
Foi muito plácido
Foi muito lindo
Foi muito rindo
Foi muito berro
Foi muito olhar
Foi muito afastar
Foi muito sumir
Foi muito prender
Foi muito perder
Pesa, dói, estremece
Foi, não mais será

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Não é só Berlim

Cisjordânia










Belfast - Irlanda





Botsuana/Zimbábue





Índia/Paquistão





EUA/México










Coréia do Norte/Coréia do Sul





Entre tantos outros...

Vivemos em um mundo "globalizado"... somos uma "aldeia global"... mentira... nos segregamos desse jeito... vivemos uma cultura de afastamento e ódio... o muro foi durante tanto tempo uma representação da divisão do mundo... hoje ele ainda existe e continuará existindo até que se faça uma globalização real, como deve ser feita. A única coisa globalizada que temos hoje é o oligopólio das grandes corporações. Meu caro leitor, se você realmente dá a mínima para o que eu estou falando aqui, peço a você uma coisa: pesquise. Conheça o mundo em que vive. É tudo o que peço. Não vou me alongar explicando o funcionamento do mundo como ele é... a manipulação da grande mídia mainstream, o controle das corporações sobre grandes fatias do governo, a demonstração empírica do funcionamento das grandes redes corporativas em um trabalho recente, a falsa ideia de globalização, xenofobia, "o outro"... mas gostaria muito que você mesmo procurasse saber e entender... é uma jornada infinita de eterno aprendizado... uma busca para nos melhorar como seres humanos e sociedade unida e crítica. Mas acho que é, acima de tudo, o sonho de tantos iludidos... Somos chatos por natureza... fazer o quê...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Eu quero o que querem as misses, os candidatos,

Quero o que pregam as religiões, os livros, os manifestos,

O que discursam os moralistas, os que querem se sentir superiores,

Quero o que cantam as canções, que narram os poemas, que bradam os hinos e orações,

Quero tudo o que todos querem mas ninguém se arrisca a querer.


Quero o que não se pode ter.

Notícia bombástica chegou ao mundo:
Querer paz é suicídio,
'Paz é guerra controlada'
Bandeira branca é alvo de granada"

- Jorge Homm

Nobody Expects The...

SPANISH INQUISITION!!!





*nostalgia de Monty Python
                                             NO RESTAURANTE

Gerson: Eu nã... eu não entendo por que as pessoas amam tanto esse mártires, eles não são heróis, são apenas burros!

Vanessa, surpresa e com olhar de censura: O que você está dizendo?? (repare no segundo ponto de interrogação, ele demonstra a ênfase na pergunta, que ao mesmo tempo é uma indagação e uma indignada alfinetada na insolência do companheiro)

Gerson: Ora, claro, não, você... Pelo amor de deus, Vanessa... Você faz parte dessa... Vanessa, você não... Olha, eu só não acho que morrer por alguém faz de mim um santo.

Vanessa: Mas é pelo bem comum!! (vê? a indignação no duplo ponto novamente) Está dizendo que Jesus foi um idiota!!

Gerson: Eu não ia partir pra esse lado da conversa, mas... mas se você quer... Sim, Jesus foi um idiota, quer dizer, olha pra ele! Há quanto tempo ele não faz aquela barba? Não tinha... não tinha pedras ou o que fosse naquela época? Ora, é horrí... e olha só, Vanessa, além de burro ainda é anti-higiênico.

Vanessa: O que isso tem a ver?!?! (agora temos a incredulidade máxima da personagem, está na hora de uma piada ruim)

Gerson: Você sabe o quanto eu odeio barba.

Vanessa arregala os olhos e respira fundo.

Gerson, gesticulando: Mas me diga, então... se ele... se ele era tão importante para... para a humanidade como você diz, ele não teria servido melhor ao mundo vivo?

Vanessa se levanta

Gerson: Ein, Vanessa? Não seria? Vanessa..

Vanessa sai andando. Gerson a segue com os olhos e a vê abrindo a porta do restaurante.

Gerson, esticando a mão em direção de sua companheira: Vanessa!

 Vanessa já está do lado de fora, esperando um táxi. Gerson corre atrás dela.

Vanessa, furiosa: O que você quer?! (agora este ponto de exclamação foi posto com a intenção de demonstrar a fúria da personagem... o que é uma redundância, uma vez que já explicitei o sentimento anteriormente)

Gerson: Eu... eu esqueci a carteira em casa... você não...

Vanessa entra no táxi e vai embora.

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Gerson olha o táxi sumindo na rua, percebe o gerente do restaurante vigiando-o e corre para a estação de metrô mais próxima.



Qual o sentido disso? Absolutamente nenhum, caro leitor. Fique em paz. Axé!

sábado, 5 de novembro de 2011



E aquele nosso jantar a luz de velas? Aquele que você iria bem vestida, um longo vestido negro de seda, véu-manto da noite, estrelas ausentes, só a escuridão mais linda. As velas seriam nossas estrelas, as velas iluminariam o nosso mundo e nada mais. Refletiriam nas alianças. Quer casar comigo? Eu te amo. Mentiras... Não saberia o que é amor, mesmo em nosso jantar. Nunca entenderei o amor. Mas é mais fácil para mim (para nós) dizer que nos amamos. Não é? Entender nossos sentimentos pode ser tão complicado (e doloroso), pode nos fazer perceber que, afinal, amor não existe. Não para mim. Não para você. Talvez o melhor mesmo é que o jantar não tenha acontecido. Foi bom enquanto durou na minha mente. Foi triste quando acabou. Mas foi um alívio também. Qualquer tristeza é melhor que saber a verdade sobre mim. E acho que você concorda.



Casamos faz quanto tempo, Marjorie? Quantos anos? E lembra como falávamos de amor e dos nossos planos? O que aconteceu, Marjorie? Porque não sonhamos mais? Será que é verdade o que dizem, que as companhias se desgastam? Que as velas dos sentimentos perdem cera e se apagam? O que nós somos agora, Marjorie? Uma dupla de velhos? Um casal de velhos? Dois velhos? Somos velhos, Marjorie. Velhos. Queremos viver o fim da nossa vida sozinhos?

Todos morrem sozinhos, querido.



Mãe, decidi. Não vou me casar.

Eu também dizia isso quando tinha a sua idade.

Fairy Tales - Horácio Dib

Este é um conto que eu gosto muito, do querido Horácio do http://www.algumhoracio.blogspot.com/. O texto original se encontra neste endereço http://algumhoracio.blogspot.com/2010/01/fairy-tales.html Espero que goste tanto quanto eu.






"Era uma vez um garoto preso dentro de um quarto escuro com uma pequena luz acesa, o que fazia o quarto ficar meio-claro, não escuro. Ele enxergava as sombras escorrendo de suas pernas pras portas. Sim, era um quarto sem paredes. Apenas portas ao lado de portas."


- Mas tio, isso não faz sentido...


- Cala a boca que a história é minha.


"As sombras formavam alguém desconhecido, uma pessoa, varias pessoas. Formavam um acontecimento, formavam cidades e cotidianos, tristezas e alegrias. Dizem que quando apertavam a maçaneta com força ouviam um grito lá dentro. Quando batiam [toc toc! Tem alguém aí?] em alguma das portas a porta batia de volta. De tanto ficar preso nesse quarto o garoto passou a se-lo, e isso só complicou as coisas.


Não sabia quem eram seus pais, nem sabia se fora fabricado do modo convencional, como as outras crianças. Era um viajante solitário, um coração de pedra envolto em uma carapaça de couro. Parado, vagava horas pelo enorme quarto até cansar. Quando estava com fome comia alguns pedaços das sombras, elas nem sentiam, de tão pouquinho que era! (Mas quando ele sem querer mordia num ponto fraco, era pernas-pra-que-te-quero. Mas não dava certo, por que era um "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", já que o quarto inteiro era feito de sombras, então elas batiam nele.) Ele ficou fraco e magro, então começou a se alimentar da luz que vinha da pequena lâmpada."


- Isso é impossível!


- Impossível é você dormir cacete. Dá próxima vez vou te dar algum remédio e foda-se.


- Tio! Você falou um palavrão! Você me disse que era uma fada! Fadas não falam palavrões!


- Falam sim. Fadas ficam de saco cheio com sobrinhos chatos. Você já quebrou meu espelho hoje muleque, nem deveria estar te contando nada.


- Fadas não falam palavrããããao...


- Tá, eu sou a Fada do Palavrão. Agora cala a merda da boca.


"Comia, comia, comia por horas, sugava o poder, a força e o calor que a lâmpada emanava. Logo começou a emanar sua própria luz e todo o quarto se iluminou. As sombras malvadas saíram de perto, com medo da luz, que vinha com os dentes abertos para come-las. E ele continuava comendo, dessa vez comia até a luz que emanava de si mesmo. Foi crescendo, crescendo, crescendo, crescendo, crescendo...


Certo dia explodiu as portas do quarto escuro (com medo de ser explodido junto, já que ele era também o quarto), mas percebeu que eram coisas diferentes agora. Desde o momento em que começou a se alimentar de uma força diferente do quarto escuro (uma força de luz, entendam, algo que rasga qualquer escuridão) seu cordão umbilical imaginário fora rompido."


- QUE NOJO.


- QUE MERDA, você não dormiu ainda?


- Como vou dormir com uma merda dessas tio?
- OLHA A BOCA MOLEQUE!


- Mas você falou!


- Eu posso.


- Se você pode eu posso também!


- Não pode por que eu sou a Fada do Palavrão.


- E eu? Sou a fada do que?


- Você é um menino porra!


- Você também é!


- Não, eu sou Homem, é diferente! Eu posso ser Fada!


- Sou a fada do quee-ê?


- É a fada do sono. Tem que dormir pra... ser a fada do sono.


- Vou tentar tio!


"Continuou crescendo."


- Ficou grande igual meu pai?


- Seu pai tem obesidade mórbida, é diferente.


- O que é o-be-si-da-de-mor-bi-da ?


- Pergunte pra ele.


"Percebeu que fora do quarto de portas havia um enorme campo de morango e coisas que todas musicas dos Beatles tem. Vivia rodeado de um céu cheio de diamantes."


- O que é Beatles?


- É um outro nome pra Deus.


- Que estranho. Minha mãe disse que Beatles é uma banda que ela ouve. Então ela ouve Deus?


- Você sabia o que era! Por que perguntou?


- ...


- Váááá pra merda.


- Se você me xingar de novo eu vou chorar!


- Vá chorar na merda. Continuando.


"Depara-se consigo mesmo em um barco em um rio com árvores de tangerina e céus de marmelada. Alguém o chama, ele responde muito lentamente. Era uma garota com olhos de caleidoscópio. Flores de celofane amarelas e verdes sobressaindo sobre sua cabeça.
Ele procura pela garota com o sol em seus olhos e ela se foi."


- Você usa drogas?


- Quê?


- Você usa drogas?


- É uma música! Lucy in the Sky with Diamonds!


- Beatles?


- Beatles.


- Você percebeu, tio, que as iniciais de Lucy, Sky e Diamonds fazem "LSD"?


- E o que você sabem disso?


- Acho que seu Deus se drogava, tio.


-Cala a boca pirralho!


- Pirralho não, Fada do Sono!


- Puta que pariu, sua mãe me deixou te cuidando pra sair com seu pai e agora que eu quero me divertir você não dorme!


-Mas você disse que sabia uma história Tio!


- Sabia nada, to inventando na hora!


- Por isso que tá uma merda.


"Então ele olha o sol e começa a sugá-lo. Ele é o sol e lá de cima acha a garota de grandes olhos e bochechas de romã. Seguram-se nas mãos e devoram-se infinitamente. Os dois brilham nos céus com um grande algodão-doce cortado em forma de nuvens.


É um momento angelical dentre um inferno de paixão.


Seu sangue unindo-se ao dela, num ritual tão nojento que parecia lindo. Suas peles se uniam, grudando-os. Seus cérebros eram um só, seus sentimentos e escolhas.


Surreal.


Um não era nada sem o outro.


A Lua não é nada sem seu Sol.


Eleanor Rigby não é nada sem os Beatles.


Um ser não é nada sem amor a algo.


Um corpo não é nada sem a alma.

Eu não sou nada sem vo..."


- Tio? Tio? Você dormiu...


-Ahn? Que?


- Você dormiu tio!


- Não, não dormi... Estava entrando na história, é diferente. Estava me vendo nos campos de morango... com a garota com olhos de caleidoscópio...


- Você usa drogas, tio.

- Ah, vá dormir moleque. Sem mais histórias por hoje.










                                                                           Horácio Dib.


nexo? pra que? verdades juntas criam coisas... surreais.















quinta-feira, 3 de novembro de 2011

isabela
bela isa
bela, bela isa
bela cisma
com um povo
que não quer
saber de beleza
isa
bela escrava
da própria tristeza
bela isa
lisa
linda louvre
torta pisa
num mundo isobelo
isa é bela sem ser
se ao menos soubesse ler e escrever,
isa,
sua beleza
seria menos você

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tom Zé


"Somos um povo infeliz, bombardeado pela felicidade. O sorriso deve ser muito velho, apenas ganhou novas atribuições. Hoje, industrializado, procurado, fotografado, caro (às vezes), o sorriso vende. Vende creme dental, passagens, analgésicos, fraldas, etc. E como a realidade sempre se confundiu com os gestos, a televisão prova diariamente, que ninguém mais pode ser infeliz. Entretanto, quando os sorrisos descuidam, os noticiários mostram muita miséria. Enfim, somos um povo infeliz, bombardeado pela felicidade.(As vezes por outras coisas também). É que o cordeiro, de Deus convive com os pecados do mundo. E até já ganhou uma condecoração. Resta o catecismo, e nós todos perdidos. Os inocentes ainda não descobriram que se conseguiu apaziguar Cristo com os privilégios. (Naturalmente Cristo não foi consultado). Adormecemos em berço esplêndido e acordamos cremedentalizados, tergalizados, yêyêlizados, sambatizados e missificados pela nossa própria máquina deteriorada de pensar. "-Você é compositor de música "jovem" ou de música "Brasileira"?" A alternativa é falsa para quem não aceita a juventude contraposta à brasilidade.. (Não interessa a conotação que emprestam à primeira palavra). Eu sou a fúria quatrocentona de uma decadência perfumada com boas maneiras e não quero amarrar minha obra num passado de laço de fita com boemias seresteiras. Pois é que quando eu abri os olhos e vi, tive muito medo: pensei que todos iriam corar de vergonha, numa danação dilacerante. Qual nada. A hipocrisia (é com z?) já havia atingido a indiferença divina da anestesia... E assistindo a tudo da sacada dos palacetes, o espelho mentiroso de mil olhos de múmias embalsamadas, que procurava retratar-me como um delinquente. Aqui, nesta sobremesa de preto pastel recheado com versos musicados e venenosos, eu lhes devolvo a imagem. Providenciem escudos, bandeiras, tranquilizantes, antiácidos, antifiséticos e reguladores intestinais. Amém."

- Tom Zé, na contracapa de seu primeiro álbum (Tom Zé), de 1968

Quando puderem (e se tiverem interesse), assistam ao documentário Fabricando Tom Zé

Obs: a música ali em cima se chama "A Felicidade" e é de autoria do Tom Jobim e do Vinicius de Moraes... mas a interpretação do Tom Zé me tocou tanto... me provocou uma catarse profunda, um sentimento indescritível, daqueles que só quem sente consegue entender... Enfim... para mim é outra música, de autoria dele mesmo... Aliás, esse álbum inteiro (Estudando o Samba) é fantástico...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estar sozinho é...

...ser 1 em 7.000.000.000
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Parabéns, chegamos a 7 bilhões de habitantes!



"O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, celebrou nesta segunda-feira a marca de 7 bilhões de habitantes no planeta, convocando a família a trabalhar para que o futuro seja melhor do que "o mundo de terríveis contradições" dos dias atuais.


"Hoje recebemos o bebê de 7 bilhões. Com isso, devemos reconhecer nossa obrigação moral e pragmática de fazer o correto por ele ou por ela", ressaltou Ban em entrevista coletiva, encorajando os líderes mundiais, que estavam reunidos na cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) a criar soluções para enfrentar os problemas que estamos passando no mundo.

O secretário-geral da ONU assinalou que essa cúpula precisa "lidar com todos esses problemas de forma direta e sem erros", porque "a população do mundo quer respostas dos líderes e esperam soluções, não medidas incompletas e desculpas"."

(mais em: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5446118-EI294,00-ONU%20celebra%20bi%20de%20pessoas%20no%20mundo%20mas%20lembra%20contradicoes.html)






segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Foi escrito conforme fui pensando... deve estar cheio de incoerências e erros de português... eu poderia ler e consertar, mas não quero (ou Devaneios e Dúvidas)




O Mundo.

Este é só mais um daqueles devaneios da madrugada... Estava aqui experimentando um projeto musical do Serj Tankian (do System of a Down) de música folk armena e lendo uma reportagem sobre o movimento de ocupação de Wall Street (http://english.aljazeera.net/indepth/opinion/2011/10/20111030111545619.html) e, bem, sei lá... veio uma sensação de vazio e de preenchimento ao mesmo tempo. A música armena do Serj combinada ao sentimento de coletividade me fizeram ponderar por um momento... o que é o ser coletivo? O que é ser humano, mas ser armeno? Ser americano, mas ser republicano ou democrata? Não é engraçado que existam tantos adjetivos que englobam todos ou um enorme grupo e outros que só valem para cada pessoa individualmente? Entenda, não estou discutindo a funcionalidade dos adjetivos, claro que não. É óbvio que vão existir umas características gerais e outras individuais. Mas onde é a fronteira? Até onde somos seres individuais? Não fazemos nada sem outro... sem outros. Não somos nada, nem poderíamos ser, sem outras pessoas. E não falo apenas da praticidade de se viver em sociedade, falo característicamente, não seríamos nada sem aquele que se refere a nós. Seríamos o vácuo da lacuna do espaço vazio. Não teríamos importância.
Eu li uma vez, em algum lugar (se quem ler isso souber, me lembre, por favor), que se uma árvore cai na floresta, mas não tem ninguém para ver, a árvore não caiu. Achava que tinha entendido essa frase, mas creio que só agora tenho a compreensão completa. A importância do outro para nossa própria identidade é total e absoluta. Não existe eu sem nós.
"Somos parte dos 99 %", bradam os ocupantes em Wall Street, mas também em toda a Europa e também no Brasil. No mundo inteiro, eu diria. Este reconhecimento de coletividade é ao mesmo tempo incrível e conflituoso, isso ao meu ver. Se somos os 99 % (eu sou?), quem são os 1 %? A elite dominante, eles dirão, os donos do capital especulativo que causaram a crise que nos deixou deste jeito. São os motores da desigualdade e da ganância. Mas este 1% não faz parte de um todo? De um 100 %? Me pergunto se, caso não houvesse este 1 %, as pessoas estariam tão unidas e bradando em uníssonos hinos de coletividade... É necessário uma antítese, um vilão, um inimigo em comum para manter a unidade? Toda coletividade tem de ter um agente que mantenha a união por meio do desequilíbrio? Um rei, um faraó, um ditador, um setor financeiro hiperpoderoso? Um líder, em geral, quer lidere bem ou mal.
Me pergunto, nesse ponto, se o anarquismo é possível. Se, uma vez ganha a batalha contra a autoridade, as pessoas não vão se espalhar mais uma vez. É uma pergunta complicada... por mais que os entusiastas de ambos os lados queiram correr para a resposta, penso que parem, pensem, e considerem as opções por alguns minutos. A união quando se luta contra uma injustiça pode ser forte, mas, a partir do momento em que não há injustiças, vale a pena ser "1"?
O Mundo é feito de milhares de culturas diferentes... cada uma tem sua beleza. Ando pesquisando a música folk de certos países e é indescritível como são diferentes e belas em todas as suas nuances e diferenças... A Sociedade é partida em pedaços. Montar estes pedaços (que se modificaram com os anos) não é fácil, nem um pouco, fazer com que todos respeitem cada cultura é ainda mais complicado... são culturas, muitas vezes, completamente contrárias, mas ambas estão certas de acordo com suas convicções. Vou tentar achar uma imagem que um amigo postou no Facebook que retrata isto...  A União faz a força... mas também a fraqueza. A individualidade é extremamente frágil perante a potência de um ardor coletivo. Sem a capacidade de respeito mútuo, em uma sociedade unida, acabarão-se as diferenças culturais. A globalização, de certa forma, mostra isso. Com os meios (principalmente os informacionais) mais fluidos, as culturas estão, aos poucos, se deteriorando... No Japão, no Brasil, na Índia, na Alemanha, na Austrália e em todo o mundo se usa jeans. Não me espantaria ver um pinguin usando calças da coca-cola... Essa uniformização, dizem, é sintoma do capitalismo. O capitalismo é que causa esta... unipolaridade de valores, de quereres. Será? A mistura de culturas e a pressão de uma cultura mais forte (ou mais ampla) sobre outra, mais fraca, não acaba por dominar a mais fraca? Isto é comprovado historicamente. Não existia qualquer ideia de capitalismo em 1500 (Por favor, não vamos chamar o mercantilismo de capitalismo, hã? Acúmulo primitivo de capital pode ter resultado no capitalismo, mas não faz parte dele), mas a cultura portuguesa (e a espanhola) não foi imposta aos ameríndios? Não estão praticamente dizimados e falantes de português? O conflito entre culturas sempre existiu... Esparta x Atenas, cristãos x mouros, romanos x cristãos, cristãos x judeus, católicos x protestantes, enfim... isso só para citar alguns... a questão é que, quanto maior o alcance, maior será o embate entre culturas e hoje o alcance é global... e se o capitalismo é uma potencial arma cultural, ele é usado como tal. A questão aqui é se numa sociedade pós-capitalismo, continuarão a haver estes embates...


Aqui está a imagem!
"Tudo coberto, exceto os olhos. Que cultura machista cruel!"
"Nada coberto, exceto os olhos. Que cultura machista cruel!"

Achei a ironia da charge genial. Mostra, ao mesmo tempo, a nossa pretenção de achar que nossa cultura é a correta e a mesma pretenção de achar que temos o direito de julgar a cultura do outro... e saiba que o sentimento é recíproco!

Outra questão que eu gostaria de propor é o que fazer depois? Se estamos pensando numa mudança, o fim do sistema como conhecemos, o povo se uniu completamente e derrubou a elite vigente. E agora? vamos para o socialismo, o capitalismo social, o comunismo, o anarquismo, o Projeto Vênus, ou algo completamente diferente? O que não faltarão são mentes pensantes e entusiasmadas querendo dar sua opinião. Mas não se trata de uma pequena comunidade, estamos falando do mundo todo! São bilhões de pessoas precisando se organizar. Eu tenho uma visão maravilhosa do futuro pós organização... ilustrada pelo Peter Joseph no seu filme Zeitgeist (o terceiro, o Moving Forward, mostra isso mais claramente), mas como chegar até lá? E se nem todos concordarem? Faz o que? Força? Se fragmenta de novo? Surge um novo líder, com o risco de virar uma nova elite? São questões, como eu já disse, complicadas... É necessário que se crie uma sociedade que se respeite tanto a coletividade quanto a individualidade e beleza destas culturas, que são únicas e já estão se perdendo.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O ENEM como mecanismo darwinista na educação

Neste último final de semana, alunos de todo o país (eu, inclusive) prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio para conseguirem entrar nas respectivas faculdades. Vou tentar dissertar aqui sobre não só o ENEM, mas também todo o sistema de vestibular do Brasil e como isso compromete a educação. Lembre-se, leitor, é apenas meu ponto de vista e adoraria ser contestado. Sério, estou carente de discussões.

Bom, antes de mais nada, vou só fazer uma pequena (não tão pequena quanto eu queria, pelo visto) introdução. Estava eu ansioso (como todos, eu acho) para a prova de sábado (isso foi na quinta ou na sexta anterior), quando, após ouvir na televisão como Nietzsche e Darwin mudaram os paradigmas da história e etc, um devaneio acerca do evolucionismo darwinista me acertou e, como de costume, me desliguei do mundo real. A proposta de Darwin de um mundo competitivo, à la lei da selva se encaixa perfeitamente na estrutura do mundo moderno capitalista neoliberal (quer dizer, mais ou menos). Já ia dissertar sobre isso algum tempo atrás, lembrei, no início do ano, quando ia fazer um cansativo e cheio de clichés texto sobre como o capitalismo resgata o primitivismo, anulando a ideia de sociedade, nos trata como diferentes, falaria sobre como a competição é a única relação biológica que é negativa para os dois lados e blá blá blá. Enfim, misturaram-se os dois pensamentos e um flash em forma de frase me iluminou a cabeça: "O ENEM como mecanismo darwinista na educação". Bom, a iluminação parou por aí. Não faço ideia de como este texto vai ficar, só sei que vai ser bastante broxante (ou será brochante?) pra muita gente que espera ler uma crítica ao ENEM, se é isso que está procurando, se poupe... não é o que vai encontrar. E é assim por dois motivos: o primeiro é que eu não sou contra o ENEM e mesmo que fosse minha opinião é uma opinião de leigo e, portanto, reconheço minha total inaptidão para tocar no assunto "educação". O segundo motivo é que não quero ser taxado de "estudante com dor de corno", escrevendo um texto criticando o ENEM logo depois de ter lançado o gabarito oficial. Não vou dizer que não vai ter um pouco de dor de corno aí, até vai, mas não vai se focar nisso. Enfim... ao texto, né...


O ENEM mostra na prática como Darwin pode ser aplicado ao sistema burocrático do Estado. O basicão da evolução é a aquela célebre frase "a sobrevivência dos mais aptos". É, e como todo professor de biologia faz questão de repetir, lembrem-se: não é o mais forte, nem o mais inteligente, é aquele queé mais apto a viver ao meio. Falando em linguagem de ENEM, você pode ser o melhor da turma e tirar as melhores notas, se não tem o saco de ficar sentado na cadeira por dois dias fazendo 180 questões mais uma redação, você não entra na tão sonhada faculdade. É... infelizmente não é bem assim. Há quem ache que ENEM é chute de múltipla escolha... não é. Eu digo infelizmente, porque adoraria ter motivos para criticar o tal sistema e fazer a alegria dos meus leitores... mas é um negócio (esse troço de TRI) que, infelizmente, é bem estruturado... de ser usado na Alemanha e (eca) EUA. As críticas então são na base da falta de segurança e como sempre vaza ou algo do tipo. Queridos, acho muito complicado que não tenha nenhum erro numa prova de aplicação tão grande e tão, de certa forma, nova... são mais de 6 milhões de alunos fazendo a prova. Mas isso não justifica... só tenham em mente a evolução do sistema: se em 2009 chegou a ter uma prova cancelada, em 2010 vazou apenas o tema da redação e este ano foram 9 ou 13 questões, depende do ponto de vista (e se Deus quiser, não nos farão fazer essa maldita prova de novo). O ENEM evolui e aprende com os erros do passado... é inevitável uma implantação unificada do ENEM... eventualmente vai acontecer. A questão, na minha opinião, não é bem a forma como é aplicada a prova, específica ou objetiva, fácil ou difícil, mas o modo de se ingressar na faculdade. Vou explicar...


Relação candidato/vaga (UFRJ 2011) para

- Relações Internacionais: 44,33
- Medicina: 104,23
- Gastronomia: 115,88 (!!!)


E por aí vai, se você quer ver a lista toda, aqui está ela: http://www.vestibular.ufrj.br/index.php?option=com_content&view=article&id=186:relacaocandidatovaga2011&catid=1:informacoes-gerais&Itemid=18


Se você é um aluno, sabe muito bem o quão assustadores são esses números. Não é meramente curioso que seja tão difícil ser médico? Ou mais ainda, ser um chef? Vivemos num constante déficit de vagas nas Universidades. Não sei se isso é pior ou de igual consternação ao critério de escolha da profissão pelo aluno. Não é a toa que medicina tem um número tão grande de candidatos (na UFRJ, ano passado, foram 8.026, de acordo com esta tabela), porra. Médico ganha bem, tem status, emprego praticamente garantido e certa estabilidade. Além do conhecido bom-mocismo (ele salva pessoas!). Com respeito a todos os médicos sérios por aí, tem muito médico filho da puta e ganhar dinheiro sendo filho da puta nessa área é mole! Quanto à gastronomia, juro que não faço ideia do motivo de tamanha procura.
A questão, no final, não é nem se um problema é pior que o outro, ambos estão fatalmente correlacionados. Então qual é a questão?


Se o critério para a escolha de profissão é o financeiro, é óbvio que muitas profissões vão ser deixadas de lado e outras vão ser mais requisitadas. E quais são cada uma acho que já sabemos. Vivemos numa sociedade técnica, prática e mesquinha. Esnobamos com nossos computadores portáteis e telas que respondem ao toque. Uma sociedade onde a única criatividade que é bem vinda é aquela que pode gerar lucro. E que seja prática! E sem gastar muito, também!! A criatividade, antes valorizada no meio artístico, com suas extensas raízes percorrendo os salões da música, da pintura e da arquitetura, hoje se vê enclausurada no Vale do Silício. Não é a toa que saia daí, portanto, um dos "pilares do vestibular". O arquiteto está morto! Chame o engenheiro! Ele fará mais barato e mais prático! Vivemos em quadrados, pelo amor de Deus! Quadrados apertadíssimos! Vocês já passaram pelo centro do Rio de Janeiro? Ou pelo Pelourinho, em Salvador? Viram como até os prédios simples eram dotados de uma beleza que nos é estranha hoje? Viram como os adornos, os detalhes, como tudo fazia do prédio não uma caixa para se morar, um abrigo, mas uma obra de arte? Não? Pois reparem!

Segundo pilar do vestibular: o advogado! Sociedade violenta, criminal, não só em sua parte física, mas principalmente em sua parte financeira. E os advogados que mais ganham são aqueles que, evidentemente, evitam que o criminoso vá para a cadeia. São das falhas do sistema jurídico e da fraqueza da Justiça não só do Brasil, mas parece-me que do mundo inteiro, que surgem esses seres. Bem pagos, se competentes, o que não falta é gente sendo presa para eles.

Isso nos leva até o maior pilar do vestibular, o já citado "ser médico". Medicina deveria ser uma profissão, acima de qualquer coisa, social. Ao invés disso, se tornou um degrau para alavancar o alto nível social. Médico é high society agora, é grand monde. Virou uma profissão elitizada, um mundinho fechado e corrupto, onde os poucos que conseguem penetrar e manter a integridade, que deveria ser inerente a um médico, são ridicularizados. Dizer que isso me revolta é pouco. Me deixa puto pra caralho! Pra caralho! A medicina, acima de qualquer outra profissão, deveria ser para todos e praticada por quem tivesse a competência para praticar!
O que nos leva ao próximo tópico, que já até foi mencionado... mas como estou cagando para a organização...


A questão de ingresso na faculdade pelo vestibular (a situação pouco criteriosa que muito apontam apenas para o ENEM) é sintoma de uma deficiência nas vagas das faculdades. Ora, se o Estado estimula a concentração profissional, que arque com as consequências! Não se pode esperar que um estímulo direto para a área de engenharia, por exemplo, seja suprido com a relativa pouca quantidade de vagas. Universidade, e ainda mais pública, deveria ser um direito do cidadão brasileiro, de todos eles. É dever do Estado fornecer educação de qualidade para todos e vou escrever mais uma vez, em itálico até, para o leitor entender a ênfase: para todos! Vivemos, como sempre vivemos, a elitização do diploma. Não preciso explicar para o leitor a importância do diploma hoje em dia, com o mercado de trabalho cada vez mais exigente (consequência da amada Revolução Tecno-Científica, produção pós-fordista, bla bla bla), nem a péssima educação de base fornecida pelo Estado, preciso? Acho que também não preciso, mas vou apontar mesmo assim, que o aluno normal de uma escola pública dificilmente conseguirá competir com o aluno fraco de uma escola privada! Competição essa derivada da falta de vagas. Não deveria haver esta competição, precisamente. Se o Estado fizesse seu papel direito, a única preocupação do aluno seria com sua própria nota. Ao aluno bastaria se mostrar competente para entrar na faculdade. Mas ao invés de suprir as necessidades de uma juventude carente de educação, estímulos positivos, reflexão e liberdade criativa, o Estado empurra com a barriga, dá benefícios para quem fizer engenharia (claro, o Brasil em fase de crescimento, quer mais é engenheiros) e decreta as cotas como a política de inclusão social definitiva. Sou a favor das cotas até certo ponto. Usá-la como tampão para as carências sociais do Brasil é o certo ponto! E é nesse contexto que vemos protestos de estudantes de classe média contra as cotas. Infelizmente, o Estado, com sua ineficiência, fomentou a falta de coesão social, por meio de uma competição apelidada carinhosamente de vestibular.


Como vê, leitor, a partir do meu ponto de vista, consegui deslocar o problema do ENEM, para o vestibular em geral. Não é a forma como é aplicada a prova, isso o ENEM faz bem (segundo educadores), mas a motivação do aluno e a falta de motivação do Estado. Estes dois fatores fazem da vida de nós, vestibulandos, um inferno. Especialmente aqueles que desejam uma profissão "não rentável" e sentem medo de ingressar nela. Não nos julgue, leitor! Não nos chame de covardes! Queremos viver bem como todos vocês! Ter uma renda estável e que dê certo conforto. Mas nos parece que isso só é possível se ingressarmos em um daqueles três pilares. É o mito que todo vestibulando enfrenta. E, infelizmente, muitos acreditam nele.


E agora? O que fazer com essa merda toda? Pra começar, temos que reestruturar nossos valores e prioridades. Primeiro, todas as profissões têm de ser reconhecidas como de igual valor. "Ah então você acha que um médico tem que ganhar o mesmo que um gari?" Sim, porra. " Mas o médico estudou dez anos e o gari não tem nem o ensino médio completo!" Pois deveria ter, todos deveriam ter ensino médio completo. E se o médico estudou dez anos é porque quis. Se você quer ser um médico pela recompensa financeira, meu querido, eu ouso lhe chamar de filho da puta. Existe sim uma paixão por certa profissão que nos faz escolher o que fazer da vida. Existem médicos apaixonados pelo que fazem, acredite se quiser. E serão esses que, apesar de serem (em um futuro utópico) trabalhadores como quaisquer outros, vão ingressar na faculdade de medicina e se formar médicos depois de dez anos de estudo.
Com a desconcentração profissional, com essa abrangência muito maior de profissões, podemos avançar a passos largos como uma sociedade mais coesa e organizada. Um mercado de trabalho mais fluido e sem aquela estagnação que gerava (gera) a queda de salário, uma sociedade menos estressada, fazendo o que gosta de fazer. O fim da competição que não seja consigo mesmo, para se superar e atingir seu objetivo... enfim... são sonhos que eu gostaria que meu filho vivesse... talvez o filho dele...