sexta-feira, 15 de março de 2013

Ah, a faculdade...

Final que eu queria pôr


Se Durkheim busca entender a sociedade moderna com base na divisão do trabalho, Marx o faz com base na economia. Weber (que, mesmo não incluindo no trabalho, vale a pena mencionar), por sua vez, com seu "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", demonstra que grandes mudanças estruturais podem vir da religião, inclusive mudanças na economia, e aposta na racionalidade como grande passo para a sociedade moderna. Talvez o Mercado Popular da Uruguaiana seja uma situação muito específica para compará-lo à sociedade (em sua forma meio-que-metafísica) e tenho certeza que minha estadia lá está muito longe de ser sequer imaginavelmente longa o suficiente para se supor qualquer coisa, mas o pouco que eu vislumbrei não correspondia realmente a nenhuma das propostas. Por mais que achemos ou nos forcemos a achar certas confluências entre teoria e realidade, o cru da questão é que não estamos tratando de proletariados (que nome terrivelmente genérico!) ou donos dos meios de produção ou de indivíduos com tarefas específicas e nem de processos de racionalização e ação social... não... estamos tratando de pessoas de carne e osso, com seus sonhos, desejos, ambições, frustrações e sofrimentos. Pessoas como eu e o Sr. E são elas que formam a sociedade, não importa qual seja, com suas dinâmicas muito pessoais. E são essas pessoas que deveriam estar no centro do estudo sociológico e não dentro de sua caixa de ferramentas. 

Final que acabei pondo...

Se Durkheim busca entender a sociedade moderna com base na divisão do trabalho, Marx o faz com base na economia. Possuem, portanto, pontos de vista extremamente diferentes sobre a sociedade. Para Durkheim, a sociedade é estática, quer dizer, tende ao equilíbrio, enquanto Marx enxerga os conflitos e, através de sua perspectiva histórica, constrói uma dinâmica dialética de cooperação e conflito entre homens. Claro que nenhum deles viveu o mundo de hoje e muito menos teve a chance de entrar no Mercado Popular da Uruguaiana, mas suas teorias vivem firmes e cá estou eu, tentando aplicá-las no Camelódromo, o que demonstra o quão recente ainda podem ser.

quarta-feira, 13 de março de 2013

I


'"Alguém recentemente postou por essas bandas facebookianas a definição de humildade, achei interessantíssimo e vou postar eu mesmo

humildade
hu.mil.da.de
sf (lat humilitate)
1 Virtude com que manifestamos o sentimento de nossa fraqueza.
2 Modéstia.
3 Pobreza.
4 Demonstração de respeito, de submissão.
5 Inferioridade.

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=humildade

Eu sei, como se ninguém soubesse o que é humildade... ainda mais alguém tendo postado isso por aqui recentemente.

Enfim... Complemento aqui com isso

fragilidade
fra.gi.li.da.de
sf (lat fragilitate)
1 Qualidade de frágil.
2 Fraqueza.
3 Delicadeza.

Cair é humilde, uma vez que demonstra a fragilidade, a fraqueza. Cair é ser rebaixado e, ao mesmo tempo, existe uma sociedade que glorifica tal atitude... Diabolicamente contraditório... Ser humilde é bom, mas também é digno de pena. O contrassenso das virtudes..."

II

Há na cadência certa doçura que nos incita à ajuda...
Esteja esta doçura na humildade (e fragilidade, por conseguinte) própria do ato de cair
Esteja ela em nós, no medo que transpassa o corpo ao refletir sua própria imagem caindo (hã?) => temos medo de cair (ah!)
De qualquer forma, é doce o amargor da cadência, assim como é amarga a fragilidade da doçura...
Que seja doce, então, mas que não (não?) caia.
Que caia então, mas que seja amargo.
As impregnações dos contrastantes evitam o próprio contraste! É como se sombra e objeto coexistissem no mesmo corpo, como se luz encontrasse a escuridão numa simbiose suicida, mas que não poderia ser (enquanto existir no mundo) de forma diferente...
É uma paixão apática, um furor indolente, uma fantasia pé-no-chão...
E assim se vive (...)

III

A grande antítese do maniqueísmo é a monotonia! Quando os contrastantes se encontram num processo de anulação; ácido e base viram água e tudo e nada viram...
?
Seu remédio: a Vida! 
A vida em suas infinitas nuances (que poder traz!), infinitas possibilidades, infinitas cores e tons e melodias e...
Ela dá contraste ao entendimento, não por meio de contrastantes, mas da infinitude de sentidos que podem tomar seus personagens. Não se opõem (de forma a formar vários, numa existência fragmentada e em conflito), nem se complementam (formando um, numa existência monótona), mas coexistem, todos em uma realidade, em infinitas camadas de complexidade que variarão pelo personagem e pela significação dada a ele e por ele.
A vida é um quadro dinâmico e em expansão, de infinitos traços, cores e observadores, estes que também fazem parte do próprio quadro.
A vida é um infinito em si mesmo, é a ação contemplativa da própria existência enquanto realidade. Na medida em que se age, se contempla e vice-versa, assim como na medida em que se existe, se vive (e a recíproca é verdadeira). 
E assim se vive(ndo)...

OBS para moi: A Natureza é a vida enquanto material tangível e não tangível, a vida tomando corpo e a consciência é a vida tomando mente enquanto parte da própria vida. (a desenvolver futuramente...)

Poema Nº 59, Versículo 7, Parágrafo 8º ou O Cotidiano Expresso de Forma Não Muito Clara Por Alguém Que Não Sabe Muito o Que Significa Cotidiano ou ainda (!) Há Dor


a dor é sintoma do tiro
o tiro é quadro da violência
a violência é o câncer da alma
a alma é a vernissage do eu
o eu é o lar do mundo
o mundo é causa da dor

a pré-paração que nos faz frear
é a pré-rendição ao tempo
a morte é a inércia,
a sede e a pressa
de um corpo ao relento

a dor

de viver

à dor

ador..

ador

de viver

a dor

ardor

segunda-feira, 11 de março de 2013

Bom... achei que tava na hora de mudar essa cleanagem toda... não mudei muita coisa, apenas botei um atrator de Lorenz no fundo, vocês devem reconhecer a parada do gráfico de demonstração do efeito borboleta... agora, sem entrar em detalhes, foi aqui que eu peguei a imagem http://www.stsci.edu/~lbradley/seminar/attractors.html

também botei a opção de visualizarem minha falta de seguidores... pra que eu não sei, na verdade... abreijos a todos

post fofis (ou Gestação)

Nove meses... foi o tempo que (já!) se passou. E agora, novamente, nove meses depois, cá estamos...
a chuva nos encharcando;
meus pés sentindo a calçada;
aquele beijo molhado - que romântico seria, lembra?
e foi;
e é...;
o vento nos juntando;
você e eu:
aquele rapaz desajeitado;
que continua desajeitado...
Nove meses... o tempo da nossa gestação...
de nossos desejos, de nossos planos, de nosso amor...
Nove meses... se me dissessem nove dias ou nove séculos, tanto faz.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Divagações


A vida é o universo pulsante

A morte é parte da vida, não é exterior a ela e muito menos é seu oposto. -> a morte deriva da vida ou é parte inerente dela?

A manifestação quanto à vida é possível? Pois a manifestação em si já é vida.

O universo pulsante não existe, a vida sim. A vida é o universo pulsante e a relação não é recíproca. Isto por que a vida é e sempre será prioritária em qualquer relação. Ex: A vida é um bocejo. A vida é uma árvore. A vida é uma estrela. Qualquer coisa que represente algo será vida, exceto se estiver isolada ao ponto de não se relacionar com absolutamente nada, nem ela mesma. Neste caso será Deus. A vida, como prioritária ao complexo sistema de relações se coloca acima de todas as coisas. A vida é, portanto Deus. No entanto, a vida não pode ser uma entidade, visto que por mais que prioritária, não pode representar a si mesma, ou seja, se enclausurar, se embarreirar, para começar porque as barreiras fariam parte da própria vida e, depois, pois sua extensão é tal que conceber seu fim é dar-lhe sobrevida. Entender algo fora da vida, isto é, do prioritário ao universo pulsante é simplesmente contraditório com a própria noção de prioridade sobre tudo. Não há externalidades e, portanto, não há entidade. A vida é, então, Deus em sua não-forma solta, inisolável (sim, estamos criando neologismos aqui, ou seja dando vida às palavras, ainda mais além, dando prioridade de existência a elas), mas irrelacionável pois não há com o que se relacionar.

Ok... resta a questão da morte enquanto parte constituinte da noção solta de vida ou derivada dela. Não se pode conceber a morte como "tudo que é externo à vida", para começar pelo simples fato de entendermos a morte, e, além disso, pela evidência óbvia do imenso - IMENSO - impacto que a morte tem sobre a vida. Se apenas considerarmos nós, seres humanos isolados conceitualmente para fins "metodológicos", acho que isso fica muito mais que claro. Não é concebível, portanto, que a morte se abstraia da vida. É, no entanto, parte constituinte fundamental da experiência de vida - tudo morre, cedo ou tarde, de animais e plantas, a estrelas e, provavelmente, átomos e as partículas mais elementares da constituição da realidade. É desta experiência de vida que decorre nossa morte, isto é, morremos porque vivemos ou morremos apesar de vivermos, sendo a morte uma face da vida? Talvez ambas as opções estejam erradas, posto que a vida não permite a ausência e a morte seja parte da experiência de viver (se constituinte ou decorrente dela, já não importa) e a morte não exista, portanto, enquanto ausência, concluo que a vida só pode ser absoluta e a morte efetiva - enquanto destituição de vida  (ou seja, perde sua capacidade de influenciar, perde sua relevância, sua característica a priori enquanto algo existente) - não pode existir, já que a vida é e será sempre relevante.

De uma forma mais resumida, posso falar, mais especificamente, que nenhum ser (e encaro ser aqui como qualquer coisa dentro do universo pulsante, qualquer coisa que tenha vida a priori, que seria "tudo", na verdade) deixa ter relevância em momento algum.

Sua presença enquanto vivo é o suficiente para deixar uma marca efetiva nos fluxos que subjazem a vida.