segunda-feira, 27 de junho de 2011

Micro-Conto para os Leitores de Auto-Ajuda

Ele sabia que tudo o que dizia dela era direcionado para ele mesmo e ninguém mais. Por isso, xingava com mais vontade, com mais gosto, com menos receio e com mais dor. Se criticar não era fácil, ainda que usasse o nome de outra pessoa para isso, ele sabia, já andara por aqueles caminhos, já respirara aqueles ares da autopiedade - que, por algum motivo o alimentavam. Porque eu gosto de ter pena de mim mesmo?, ele se perguntava, e talvez soubesse a resposta, mas não ousava sequer pensar nela. Todo o encantamento de ser solitário e miserável poderia ir embora e aí o que sobraria? Uma pessoa triste que não sente mais prazer em ser triste. Uma pessoa que não tem os colhões para mudar de atitude e rever a sua concepção de vida. Uma pessoa que não pode mais fugir de si mesma: já se encontrou, e, mesmo assim, não conseguirá nunca se aceitar. A essa pessoa só um destino é reservado: a própria morte, seja ela por arma, droga ou desgosto. Mas a morte, penso, não lhe interessava, lhe interessava era a dor. 

E ele ainda a xingava, pois isto estimulava a ânsia de vômito e de choro que vêm junto com os momentos mais depressivos. E ele gostava! Ah! E como gostava!

sábado, 25 de junho de 2011

Encheção de Lingüiça

Beleza, meu possível leitor? Como vai sua vida? Então, veja bem, eu não estou conseguindo achar assunto sobre o que escrever... é complicado, gostaria de dizer que tenho bloqueio do escritor, mas tal título está acima da minha alcunha. Enfim... tentarei fazer um texto aqui, não pensei muito sobre o que ele vai ser, mas acho que veremos em breve. Você pelo menos, já que já está lendo o troço pronto e não está passando pelo processo "criativo", entre aspas mesmo porque né... Como que eles começam um  conto mesmo?

Era uma vez, uma garota... tá, eu não sei bem o que to fazendo aqui, acho que vou apelar pro lado mainstream mesmo, encheção de linguiça bla bla bla. E essa garota aí era normal, não tinha qualidades apelativas, era como você acha que é, jovem leitora, uma simples garota da vida, no melhor sentido da expressão. Era o seu primeiro dia de aula numa escola nova, é, isso deve funcionar, e estava com medo de ser rejeitada e blá blá blá, aquela porcariada toda que você já conhece. A garota vê um garoto lindo, forte, alto, bonito e sensual que olha pra ela com olhar de desejo. Mas, oh, como pode ser possível? Ela é muito pouco pra tal garoto, afinal de contas, o que conta é o exterior e todo mundo sabe. Ah, ela era gorda, pelancuda, tinha o cabelo ruim, machas azuis na pele que nenhum médico soube diagnosticar e ele era perfeito. Oh, mas espere, não era só um, eram dois, dois rapazes lindos, fortes, altos, bonitos e sensuais, e eles começaram a disputar pela atenção da garota antes do primeiro tempo de aula começar - não que eles precisassem frequentar a escola, lindos, fortes, altos, bonitos e sensuais como eram. Um questionou pro outro como ousava olhar com desejo e morder os lábios - sim, eles morderam os lábios - para a mulher dos sonhos dele! O outro, por sua vez respondeu que não era desejo impuro, desejava aquela mulher pra ele como desejava ar nos pulmões! Ora, não saiu porrada, para a decepção geral, afinal, se tratavam aqui de dois gentlemen perfeitos. Bom, daí o dilema da nossa obesa manchada, com qual ficar? Ficou curioso, leitor? Tanto faz, uma vírus mortal vazou de um dos complexos do exército por aquela área e todos ali morreram, graças a Stephen.

É isso, leitor, peço que ignore a falta de coerência, eu sei que ela era normal e virou o hulk azul depois, mas isso pouco importa. Enfim, ficou uma merda, mas agora posso chantagear um certo alguém para que este faça o texto que disse que ia fazer caso eu fizesse um texto e... ah, leitor, não importa. Lamento que tenha tido que ler isto. Mas não desanime, se for sua primeira vez aqui, garanto que tem alguns textos dignos de vossa muy crítica leitura, caso não meus, de outros autores. Oh, autor! Quem sou eu para me denominar assim? Ahaha, não vou lhe aborrecer com mais palavras enfadonhas, leitor. Muito bom dia, boa tarde ou boa noite, dependendo da hora em que se encontra.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Elephant Gun - Beirut

If I was young, I'd flee this town
                                                                                                      I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
                                                                                                                                                                Far from home, elephant gun
  Let's take them down one by one                                                                                                                                                                                               We'll lay it down, it's not been found, it's not around                                    
Let the seasons begin - it rolls right on
 Let the seasons begin - take the big king down
Let the seasons begin - it rolls right on
                                       Let the seasons begin - take the big king down








And it rips through the silence of our camp at night
                                                                                And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night
                                                        And it rips through the silence, all that is left is all
                                                                                                                                        That I hide

terça-feira, 7 de junho de 2011

Não chore, morena, que a vida segue.
Não sofra, morena, pois quem sofre se perde.
Se permita sorrir, morena, sentir felicidade.
Quem já foi embora da festa vai voltar mais tarde.

O sol fez um arco-íris em tuas lágrimas, morena...
Teus olhos são o teu tesouro.
Não chore, morena, pois em tua face morena,
O teu sorriso é ouro.

Não, morena, a vida ainda segue.
Não adianta viver no passado.
Dê um abraço de despedida em quem já vai embora
E se lembre que ainda vão se encontrar outra hora.

Se levante, morena, pois a vida é linda,
Que linda semente ficou para trás.
Venha, morena, que a nuvem cinza não voltará mais.
Já perdi minha avó, meu bisavô e inúmeros amigos durante a vida, mas de forma mais indireta, e mesmo assim... não sei definir qual sentimento predomina ou deveria predominar. Claro que a tristeza é grande... claro que choramos... mas me parece que para cada pessoa que perdemos, nos abate uma tristeza diferente e choramos de forma diferente, até as lágrimas mudam o sabor. Por isso, por não entender como me senti, por não entender como lidar com a dor da perda, sou péssimo para falar sobre.
Acho tão impossível não achar a morte ou a perda de alguma forma, algo inevitável quanto é impossível não chorar quando ela vem. Mas aprendi com minha mãe uma forma interessante de confortar. Sempre que eu ficava triste, ela me abraçava e deixava eu chorar. Não era preciso que ela falasse nada, eu só chorava e, se quisesse, falaria uma coisa ou outra. Me sentia melhor depois. Não bem, exatamente, certas feridas são profundas demais e sei que você me entende. Não, não estava bem, mas estava melhor, que já é mais que nada.




Por isso, me desculpe, por favor, por favor mesmo, se eu não consegui te dar o apoio que precisava. Me desculpe se eu não disse o que você esperava que eu dissesse. Me desculpe se tudo o que eu consegui fazer foi pegar na sua mão e ficar com aquela cara de estatelado, me segurando para não chorar também, mudo, pensando no que dizer. Desculpe se eu fiz muito pouco... Eu não faço ideia da dor que você está sentido, só sei que ela é imensa e que eu gostaria de tirá-la um pouco de seus ombros, mas não posso. É uma dor atrelada a você apenas, e só você vai dizer quando é hora de largá-la. Eu insisto em dizer que para qualquer coisa que precisar, eu estou aqui para você, e não é mentira.

Eu sei que é foda, e mesmo com todos te ajudando, vai ser mesmo muito difícil se levantar. E, por mais mãos que a ajudem, esta é uma tarefa só sua, e você vai ter que ter força para conseguir se sustentar, as pernas bambas, mas firmes, e caminhar, por todos nós, mas principalmente por você mesma e por ela também.

Queria poder fazer mais... Mas não sei se há muito o que fazer de minha parte... me desculpe pela minha impotência.