quarta-feira, 25 de abril de 2012

Crítica

Essa visão kantiana, hegeliana, marxista de tempo, que é tão típica da sociedade capitalista burguesa ocidental, me incomoda profundamente. A noção darwinista de evolução, em sua forma mais pura, leva a crer num contínuo caminho para o progresso, quando, obviamente (ou deveria ser), não progredimos. Uma construção linear e ascendente da história justificou e justifica até hoje as maiores atrocidades "em nome do progesso", o assassinato sistemático de seres humanos e recursos naturais é ainda visto como sintoma de uma civilização crescente (portanto, justificável e aplaudido). "Vai melhorar então", é a frase-justificativa que acalma as massas, "é necessário trilhar este caminho para que possamos alcançar o futuro", pois bem, que futuro é esse? Ou melhor, quando é? A aparente infinitude da história permite deixá-lo longe, sempre a ser perseguido, como um oásis, ao menos até que se morra na areia. Quanto ainda vai levar até este derradeiro dia chegar? O único caminho que traçamos sob esse discurso é o da própria morte, sede e sofrimento.

Um comentário:

  1. É, meu caro... Isso é o que chamamos de realização do homem enquanto indivíduo e só indivíduo. É sintoma capitalistaburguêsocidental essa coisa de individualidade, de si por si e os outros que corram atrás. O homem, quanto indivíduo numa sociedade, é como se fosse quase impossível. A natureza é estranha pra nós, logo o que é natural e verdadeiro humano também é.

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