sexta-feira, 24 de junho de 2016

inacabado do acervo (1)

Não sei fazer poemas de amor... falo e escrevo da parte mais dolorosa do sentimento, dos corpos em chamas perante sua fúria inesgotável... mas ignoro toda a ternura de suas palpitações. São, para mim, sinistras: prenúncio de dor maior a se seguir. Aquela dor de rejeição e abandono, aquela que conhece quem não foi sempre feliz, quem aprendeu a conviver consigo mesmo com certa frequência sem, no entanto, amar-se. Concluo que não amo... não sei o que é isso... e quando me dizem que amor não existe, tendo a concordar. Mas que é aquilo, então, que me bate e esmaga o peito, me soca a barriga, me embriaga em estupor idiota? O que é aquilo que, me faz ver naquela pessoa a ânsia pela felicidade, esta coisa de tolo e iludido? Será desejo? O desejo íntimo de meu coração de, enfim, ser feliz? E a cada um