sábado, 31 de julho de 2010

Fanstasmas

Mais um texto pessoal, queridos meus... Esse particularmente será um difícil de escrever... mais pela minha dificuldade em tocar no assunto... ainda estou resolvendo o quão pessoal eu vou tornar ele. Mas enfim... descobriremos conforme eu escrever e vocês lerem.

Todos temos fantasmas que não nos deixam dormir, que nos fazem vagar os olhos pelo quarto, pensar incontáveis "e se"s, chorar e bater no travesseiro antes de dormir. Porque antes de dormir? Por que é justamente nessa hora que os fantasmas aparecem, quando o quarto está vazio e escuro e não temos outra opção além de pensar em nós mesmos, refletirmos sobre o que fazemos e fizemos... abrir feridas antigas, relembrar traumas, arrependimentos. Os fantasmas fazem nosso coração bater forte e fazem com que sintamos raiva de nós mesmos, tristeza, saudades, um misto de sentimentos que giram e giram e giram em nossa mente e descontamos no travesseiro, seja socando-o ou deixando-o molhado de lágrimas. O travesseiro se torna nosso bode espiatório simplesmente porque não temos coragem de enfrentar nossos fantasmas cara a cara. Não temos coragem de encarar nossos erros e nossos traumas e seguir em frente. Os fantasmas, muito embora invisíveis, assustam, e se fazem presente na vida. Nos impedem de viver aquilo que poderíamos estar vivendo, nos prendem ao passado com seus braços - imateriais mas - incrivelmente fortes. Os fantasmas tiram nosso apetite, nosso sono. Os fantasmas mexem com nosso estômago (aliás, o meu está se revirando só por estar escrevendo esta postagem) e nos deixam sensíveis a qualquer coisa. Por fim, os fantasmas não deixam a ferida cicatrizar, eles a mantém aberta e, sempre que possível, a cutucam, nos machucando onde mais dói (não, não é lá em baixo), por dentro.

Certo, decidi que se um dia eu vou me abrir pra falar alguma coisa sobre isso, vai ser por um blog que, possivelmente, pessoas que eu não conheço ou não tenho afinidade nenhuma lêem.

Eu, como todos, tenho meus fantasmas... vou contar algum deles. Vou contar o que aconteceu e como eu lido com isso agora. Não citarei nomes, até pela possível infelicidade de um deles acabar lendo essa coisa (meus fantasmas sólidos, do mundo real). Só espero que se algum deles ler e se lembrar do ocorrido... saiba que não guardo mágoas e espero que eles também não guardem.

Quando eu tinha - o que? - uns... oito anos, talvez - ou menos ainda -, meus pais alugaram uma casa em Búzios com os pais desse garoto (Rafael, digamos, é um nome tão bom quanto qualquer outro)... Ele era quatro anos mais velho que eu e a gente vivia o tempo todo junto. Ele era o meu herói, meu exemplo, ele era "O Cara" pra mim.
Então... quem conhece Búzios sabe que de noite só se tem praticamente um lugar para ir: a Rua das Pedras. Fomos para lá, e encontramos os primos dele, um deles tinha a mesma idade de Rafael, e o outro era um ou dois anos mais velho. Eles chamaram a gente pra ir jogar mini-golfe, eu me empolguei, "oba! adoro mini-golfe" sempre fiquei perdido dentro de um campo de mini-golfe, doido de empolgação, aqueles decorativos e os obstáculos para se chegar ao buraco sempre me fascinaram, em especial os mini-moinhos, que unia os dois num só. Claro que disse que queria ir, mas Rafael me puxou para o lado e disse "não, não, não vamos não Breno, vai ser chato. Vamos no Laser Shot que vai ser mais legal". (*O Laser Shot é uma espécie de Paint Ball, mas com lasers, obviamente) "Mas vai ser legal o PrimodeRafaelnúmero1 e o PrimodeRafaelnúmero2 vão brincar com a gente" e ele insistiu em ir no Laser Shot, insistiu tanto e eu respeitava tanto ele que acabei cedendo, fomos no Laser Shot, esperamos numa fila imensa e entramos, jogamos... não gostei muito (aliás, acho que depois disso nunca mais fui no laser shot de Búzios haha). Quando saímos eu me empolguei de novo "vamos no mini-golfe agora?" "não, disse ele, agora eu to cansado vamos voltar pra casa" "mas e o mini-golfe???" "deixa pra lá, vamos pra casa" "ah... ok...". Estava desapontado, sempre gostei de mini-golfe, estava animadíssimo para jogar.
Mas fomos e quando entramos no carro e estávamos prontos para sair, Rafael correu pra fora e falou que ia embora com a NomedatiadeRafael. Ele me deixou sozinho, ele me enganou pra eu não brincar com os primos dele, imagino, ele me abandonou e eu... senti muito isso, uma tristeza profunda. Uma coisa é uma sacanagem de um amigo, outra é uma traição por parte de uma pessoa que você admira. Ele não era só meu amigo, era meu primo (foda-se que ele leia isso) e fomos criados juntos. Porra, ele era meu primo mais velho, era como um irmão pra mim e me deixou sozinho, abandonado. Fiquei calado no carro e quando chegamos na casa alugada eu chorei.

O mais engraçado é que eu realmente não lembrava da maior parte disso, foi minha mãe que me contou e conforme ela me contava, as cenas apareciam, vivi tudo isso de novo e, para vocês pode não parecer muito, mas para mim foi... esta foi minha primeira decepção. Em algum post eu disse que meu maior ponto fraco é confiar nas pessoas... e talvez seja isso mesmo, tive imensas decepções na minha vida... talvez vocês fiquem sabendo de mais algumas, mas tem certas coisas... que eu tenho que guardar para mim. Só meus amigos mais íntimos conhecem, outras nem mesmo eles conhecem. Essa, por acaso, nunca tinha compartilhado com nenhum amigo. E na verdade, não foi nem de perto a maior de todas do "Rafael"... o que meu primo já fez comigo psicológicamente falando, são coisas para se esquecer. Lembrei dessa... mas, tenho um repertório cheio. Hoje eu já superei esse - trauma? conflito? ferida? - problema. Talvez porque minha cota de decepções tenha atingido seu limite e eu finalmente aprendi a não admirar gente que conheço e convivo.

Este foi um dos muitos fantasmas que me perseguiam  e de vez em quando aparecem à beira da minha cama. E tenho certeza que vocês tem alguns parecidos... decepções são lugar-comum na vida das pessoas, talvez vocês entendam como me senti com isso, talvez não, de qualquer forma é bom desabafar, isso espanta os fantasmas, mesmo que apenas momentaneamente. Talvez seja hipocrisia falar que devemos superar nossos medos, nossos traumas, e que eles estão no passado, quando eu mesmo ainda trago muitos comigo. Mas posso dizer que eu tento, que eu estou aprendendo a ver eles como um modo de não repetir a mesma coisa, de não fazer com outra pessoa o que fizeram comigo, de não abrir esta ferida em alguém como abriram em mim. Estou vendo que os traumas não são assim tão assustadores quanto parecem. Afinal de contas, vale sempre lembrar que fantasmas não existem.

Então, meus queridos, foi isso... falei um pouco de mim e vou me arriscar novamente: Se vocês se sentirem à vontade para tocar no assunto, gostaria que relatassem algum fantasma seu, algo que os pertubem até hoje, que tira seu sono ou simplesmente te dá aquela sensação mareada, aquele enjôo chato que vem quando você pensa naquilo. Mas só o façam se vocês se sentirem realmente a vontade com isso.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Adivinhem como eu estava quando fiz isso...

(Estou com sono) e não consigo parar de pensar
(Estou com sono) e não consigo deixar de te ver
(Estou com sono) e meus olhos seguem você
(Estou com sono) e minha mente te alcança
(Estou com sono) e no meu coração a esperança
(Estou com sono) e ligo a tv
(Estou com sono) e nada de bom para ver
(Estou com sono) e a tela a se distorcer
(Estou com sono) e formar a sua silhueta
(Estou com sono) linda, a dançar
(Estou com sono) na imagem de porpurina
(Estou com sono) e sua doce voz enche meus ouvidos
(Estou com sono) e suas mãos me acariciam
(Estou com sono) e seus olhos me enxergam
(Estou com sono) e vejo você por perto
                             nos meus sonhos

domingo, 25 de julho de 2010

Sonetos, parte 5: Soneto de Véspera, Vinícius de Moraes



Quando chegares e eu te vir chorando



De tanto te esperar, que te direi?



E da angústia de amar-te, te esperando



Reencontrada, como te amarei?







Que beijo teu de lágrimas terei



Para esquecer o que vivi lembrando



E que farei da antiga mágoa quando



Não puder te dizer por que chorei?







Como ocultar a sombra em mim suspensa



Pelo martírio da memória imensa



Que a distância criou - fria de vida







Imagem tua que eu compus serena



Atenta ao meu apelo e à minha pena



E que quisera nunca mais perdida...

Ahhh... o grande amor sempre está no passado...

Ainda via ela em todas as outras, ou tentava ver... não sei. Minha memória está enevoada. Mas lembro que a procurava, ah sim, a procurava nas mulheres com quem fiquei, a procurava nos amigos que tive e nas pessoas com quem falava. Mas ninguém era ela... Ela era... única. É única. E linda, uma voz mais doce que o mais doce mel, os olhos castanhos intensos se encontravam aos meus num furor típico adolescente. Quando a minha boca tocava em seus lábios macios e quentes, meu coração acelerava como o de um garoto tímido que vai ter seu primeiro beijo, sempre foi assim, desde o primeiro dia, até o último... certo, exceto, talvez no último. No último foi diferente, ela não me fez mais rir, não me fez pensar em como seus óculos delicados de mulher ficavam bem nela, quando lia. Não me fez renunciar à minha própria vida pela dela. Não me fez nada, só me fez sair. E não voltar. Se isto foi metafórico ou literal, você que se decida, eu... eu vou continuar tomando minha pinga e me remoendo por dentro... Porque fiz isso? Porque fui embora? Porque, Deus? Tá quente aqui... vou dar uma volta, quem sabe vou pra casa... tenho ainda que terminar ainda minha tese sobre a inconstância do ser em contraponto com sua necessidade de estabilidade. Saio do bar, deixo na conta "É melhor me pagar logo, esta conta está ficando gorda", "Pode deixar". Ora e quem eu vejo na esquina, esperando o sinal? É ela... e está... está... ah, bem... não é essas coisas, afinal...

Medo




Venho querendo escrever esta postagem faz um tempo... esta noite eu resolvi fazê-la afinal. Procurei imagens terríveis na internet, decapitações, pessoas desmembradas, etc... não consegui invocar medo... Então ouvi músicas pesadas, Marilyn Manson, hard metal, não deu certo também. E, talvez seja irônico eu estar ouvindo Beautiful Day, do U2, enquanto escrevo esta postagem... Irônico ou não eu percebi que não é o fator externo que invoca o medo, não é o lugar onde você está, nem a iluminação, nem a música que está ouvindo. É a mente. E a mente invocará o medo mesmo se você estiver ouvindo Beautiful Day, comendo biscoitos de manteiga embaixo de um lustre bem iluminado e com o laptop apoiado numa toalha de mesa de flores. É o caso.


Paro de respirar, o ar vem com dificuldade, minha garganta parece fechada
                                                                                                                
Meu coração
                    pára de bater por um instante quase imperceptível... e então martela sangue para meu corpo, toneladas de adrenalina
                                                                                                                                          
Não consigo
                   me mexer... nem quero. Apenas fico lá, meu corpo recebendo informação nenhuma de um cérebro em choque.


Um segundo? Menos que isso.


Corro! Corro para onde? Não importa. Não importa para onde, só preciso sair daqui. Qualquer lugar é melhor que aqui, preciso sair daqui. PRECISO SAIR DAQUI!


Desespero


Não olho para trás! Não quero! Não quero olhar! Mas olho! Está lá! Está lá! Não está...


Não há nada.


O que houve?


Nada. Nada? Nada...




(medo de cachorros medo de morrer)

O que é o medo? Medo de aranhas, medo de morcegos, medo de ladrões, medo de escola, medo de compromisso, medo de falhar, medo de tentar, medo de mudar, medo de ser julgado, medo de ser reprovado, medo de ser excluído, medo de amar, medo de viver, medo de morrer. Medo do palpável, medo do abstrato. Medo de outros, medo de si mesmo. A definição de medo pelo dicionário é, e cito:


"medo


subst m medo ['medu] sentimento de inquietação perante eventual perigo"

Mas que perigo uma barata pode representar? E que tipo de perigo o escuro pode ser? Discordo do Pai dos Burros neste aspecto. O medo não está perante o perigo, está perante a insegurança. Baratas me trazem grande insegurança, não me sinto capaz perto delas, tenho medo de baratas. Mas sei que elas não me representam perigo. Tanto que é só pisar nelas que morrem. O escuro me deixa inseguro, não sei para onde vou, não sei onde estou, quem está por perto... mas sei que o escuro não vai me morder, nem algo do tipo... eu só preciso acender as luzes e... opa... está claro de novo. Meu medo está a um interruptor de distância.

(medo de altura medo de público medo de morrer)

Meu medo está a um interruptor de distância. Meu interruptor está na minha mente. Como alcançar? Não o vejo! Não sei onde está! Como alcançar? Como alcançar? Quero apertar o interruptor! Quero acender a luz! Não o vejo! Está escuro demais!

(medo de gente medo de germes medo de filmes de terror medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de morrer medo de galinhas)

Onde está o medo? O medo está em mim! Quero lutar com ele! Lutar com o medo! Lutar comigo mesmo? Lutar com minha parte com medo! Tenho medo! Não quero lutar! Tenho medo do medo! (tenho medo sinto medo muito medo muito medo medo do medo medo do medo do medo)

Medo

E por mais que este - sentimento? - seja tão pessoal, tão abstrato e tão maleável, por mais que cada medo esteja na mente de cada um, existe um medo em comum em todos (ou quase todos) os seres humanos. Talvez seja instintivo, talvez não... não sei, mesmo. E o que o medo da morte acaba gerando como consequencia? As mais diversas filosofias, teologias e etc, para tentar amenizar essa insegurança que a morte nos traz, talvez. Sentimos insegurança diante do desconhecido, diante da impotência, do "não há nada a fazer, não sei nem o que pensar sobre isso". E o que é mais desconhecido e mais "brochante" do que o fim da vida, o fim de tudo o que nos é comum, o fim do seu cachorro, o fim do seu pé de tangerina, o fim das camisetas de coorporações e das malditas estúpidas terça-feiras, o fim da sua casa, do chão que te mantém firme, do céu que te cobre, do ar que te mantém vivo, o fim da existência de tudo, inclusive da sua própria? O total desconhecido, uma realidade fora de nossa realidade. A morte. Medo da morte. Ora, todos temos não? Ninguém sabe com certeza o que acontece depois de viver, sabe? E por mais que se apegue numa filosofia que diga "Ei, calma, colega, você vai ficar bem depois de morrer, porque isto isto e aquilo vão acontecer! É sério!", ninguém confia 100% nela. A prova disso é que o apego à vida é imenso por parte de todas as pessoas (exceto, talvez, dos homens-bomba). Eu não quero morrer, cara! Nem você que está lendo isso, se é que está mesmo! Não queremos morrer porque não conhecemos o depois, conhecemos o agora e, cara, o que diabos vem depois? E se formos para um lugar pior? E se simplesmente deixarmos de existir? Sim, agora estou ouvindo Pensando Em Você, do Paulinho Moska... 

O MEDO de não existir é engraçado... medo de não existir? Mas ora, eu não vou estar aqui para sofrer com isso, vou? Bolas, eu não quero morrer, não me entendam mal, morro de medo de morrer, mas tenho ainda mais medo de viver para ver meus proximos morrerem, tenho mais medo de viver sozinho. Tenho mais medo de ser solitário do que de simplesmente não ser. Afinal, o não ser faz parte do ser, a morte faz parte da vida e é, na minha opinião, justamente sua inevitabilidade que torna a vida tão linda e tão única. Mas por mais bela e poética que a morte seja, ninguém a quer por perto, principalmente quando se trata da própria morte. TENHO MEDO DE MORRER!!!! (seja lá o que isso signifique)

(medo de ficar sozinho medo de deus medo do inferno medo de morrer medo de texugo medo de morrer medo de guaxinins talvez medo de morrer medo de ser cuspido por uma lhama medo de ser a morsa [eu sou a morsa! bo'bo'b'trabaaaalho!] medo de morrer medo de sonhar medo de ficar sozinho medo de morrer medo de ser ferido medo de morrer eu sou a morsa e tenho medo de morrer)

O que acontece então? Acontece o que você vê! Acontece pessoas com medo de sair de casa, com medo de pegar um ônibus. Acontece sistemas de segurança cada vez mais reforçados e condomínios com tudo dentro (supermercados, padarias, clubes, assim é bem mais seguro, é sim, não quero correr riscos, não, é muito perigoso lá fora, quero ficar aqui dentro). Acontece guerras frias (malditos vermelhos comedores de criancinha) e quentes (vamos pegá-los, vamos pegar os terroristas! Um ataque terrorista está marcado para... se você vir um terrorista... o terror, os terroristas, estamos travando uma guerra contra o terror). Acontece gente atravessando a rua sem motivos lógicos, acontece gente comprando armas pra se defender, acontece jovens achando essas armas, acontece jovens matando jovens no próprio colégio, acontece mais medo, acontece mais terror, acontece mais armas, acontece mais jovens, acontece mais mortes, acontece mais medo ainda, acontece o afastamento das pessoas, a suspeita do vizinhos, qualquer um pode ter um daqueles filhos malucos que matam os colegas na escola!! Acontece o ódio e o individualismo, acontece mais terror, acontece mais mortes.
                                                   Espera...
O medo da morte gera morte? Putz, isso é uma puta ironia. Não é ENGRAÇADÍSSIMO???

Não, não é nem um pouco engraçado. Nem um pouco. Ver gente morrer por medo não é engraçado, ver gente sofrer por medo não é engraçado, ver gente com medo não é engraçado. Nem de longe.

Medos são comuns ao ser humano, (Tenho medo de ter medo...) e não é difícil para alguém usar isso como arma, e ainda fomentar esse medo pela mídia (oh ela aí), ou por qualquer outro meio disponível. Quer dicas? Mande policiais armados para as ruas desnecessariamente! Deixe os traficantes soltos - claro que levantando um tiroteio de vez em quando pra não esfriar -! Deixe esses moleques cheirarem o que quiserem, problema é deles se eles queimarem um índio no meio da rua! Garanto que se você seguir estas dicas, ganhará milhões em aparelhagem de segurança (insulfilm, spray de pimenta, câmeras, sensores de movimento e muitas, muitas armas se você estiver no lugar certo - é meu direito ter armas! está na primeira ementa!). Mas como esmola demais atés santo desconfia, você ganhará um novo medo.

Medo das pessoas perceberem o que está acontecendo, medo de virem que você está usando seus medos, seus - sentimentos? traumas? - terrores mais íntimos contra elas para ganhar dinheiro. Medo de ser descoberto e de perder tudo e perder, talvez, algo que, no final, valha mais que todo o dinheiro do mundo (se é que tal coisa existe...)... sua vida. Assim como eles perderam as deles - trancafiados; mortos; assassinados.

Quem sabe podemos parar de correr agora e olhar para trás? Será que veremos que não foi nada? nada? nada... Antes que o nada de fato chegue.

(Terminei, ouvindo Somewhere Over The Rainbow)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Identidade

ALERTA DE INFORMALIDADE!



Esta postagem contém um conteúdo ALTAMENTE pessoal... e a minha pessoa vai estar sendo retratada aqui, ou seja, veremos palavrões, gírias, opiniões, pausas chatas e mais palavrões... Até porque minha palavra preferida é Porra! Este está tranquilo de palavrões, mas virão outros com um conteúdo mais... “palavronesco”. Se você é um puritano, não leia, ou tape os olhos quando ver as letras p-o-r juntas.




 

Talvez a coisa mais confusa em relação ao indivíduo seja sua identidade... e quantas identidades diferentes podemos ter? identidade ideológica, identidade musical, identidade sexual... e isso tudo só para tentar descrever uma única pessoa (e sempre sem sucesso). Há não muito tempo atrás (umas duas semanas, mais ou menos), por exemplo, eu usava brincos, duas argolas... decidi então tirá-los... me senti bem fazendo isso, me senti renovado, como se mudasse de pele. É... talvez possa usar essa analogia... uma bobagem como tirar os brincos me fez pensar diferente e ver o mundo diferente... ora, pense o que quiser, eu não me importo, mas é o que houve. E, ouvindo Caetano agora, eu percebo uma mudança radical na minha identidade musical... Quando menor, eu dizia não gostar de música alguma... um absurdo, eu sei, mas entendam minha mentalidade infantil de querer ser do contra. Além do mais, o que me rodeava era funk (sim, quando criança, meus amigos ouviam funk) e pop americano... e, honestamente, dessas coisas até hoje eu não gosto muito (com exceções). Então ouvi uma música na escola, eu estudava no colégio Marly Cury na época, é uma escolinha da minha cidade que vai até a quarta série. Lá, fazíamos aula de música, certo, e tocávamos flauta doce, ora, éramos crianças, mas era bonitinho. Então, uma das músicas que aprendemos a tocar na flauta doce (que eu não sei mais tocar, mas que na época não era tão ruim) foi a 9ª Sinfonia em Ré Menor do Beethoven... Eu fiquei simplesmente maravilhado. Era uma música simples, mas complexa, era linda. Ainda é. Música não morre! Depois desta, eu fui introduzido pelo meu pai a um mundo mais vasto de música... Conheci, conheci não, pois não sabia dos nomes, mas ouvi Bach, Chopin, Mozart... me dizia então um amante do clássico. Se alguém perguntava que tipo de música eu gostava, eu dizia: "Clássica!". Por algum motivo as pessoas riam... mas então, o tempo passou e eu não. Permanecia na mesma. Então meu então amigo, Alan (o que será que deu dele, aliás? Não o vejo a mais de ano) cantou o refrão de "Pais e Filhos". Mas que melodia, mas que letra... Alan, que música é essa? Lembro que ele respondeu que era do Gabriel, o Pensador. Eu fiquei com aquela música, aquele refrão na cabeça






"É preciso amar as pessoas"






mas não conseguia achar de jeito nenhum.






"como se não houvesse amanhã"






Por acaso, minha mãe...






"Por que se você parar"






...estava ouvindo no carro e...






"pra pensar"






...eu dei um salto ao ouvi-lo.






"na verdade"






Era ela! Era a música!!






"não há"






Mãe! Que música é essa?? Quem canta?? É do Renato Russo, filho, Pais e Filhos. Pais e Filhos... essa foi minha segunda música. Passei a virar um aficionado por Legião Urbana e Renato Russo, CDs, DVDs, fotos, desenhos das fotos, contos. Renato Russo e sua música se tornaram minha inspiração, ouvia Legião Urbana depois de acordar e antes de dormir, antes do almoço e depois do jantar. Ah, então veio a Cássia Eller, o Herbert Vianna e a vontade de ter aula de violão. Com o violão eu comecei a conhecer novos estilos de música, rock, metal, samba e finalmente a bossa nova. A bossa nova me encantou musicalmente, com suas progressões complexas, seus pentacordes, seus Caetanos, Gils e Chicos. E o Zeca Baleiro, Lenine, Chico César e Paulinho Moska. Ah, as letras, ah o som, os instrumentos, os metais, as cordas, a percussão... Paulo César Pinheiro, Noel Rosa, Paulinho da Viola... E Gabriel, o Pensador, sempre pensante, sempre Gabriel. Não possuo mais identidade musical... ela se perdeu com os anos, se é que algum dia a possuí. Ouço o que vier, não sou um roqueiro, ou um sambista, ouço ambos. Minha identidade musical ou é inexistente ou tão grande que abrange um mundo inteiro da música, que é infinito.






Depois de contar este fragmento da história da minha vida, me sinto confortável para prosseguir...






Faz uns dias, estava eu almoçando com dois amigos meus e, devo admitir, eu estava enchendo o saco deles. O que não é uma coisa muito costumeira minha, não sou eu... meu amigo reclamou de mim, o que só serviu para eu encher ainda mais o saco dele. Mais tarde, quando eu estava sozinho e eles já tinham ido para as respectivas casas, eu pensava um pouco sobre o ocorrido... é... eu estava um saco, ele tinha razão. Mas não me via muito na pessoa enchendo o saco deles, assim como eu não me vi mais nos brincos que eu tirei, assim como eu me vi no brinco quando o botei e depois no outro. Assim como eu me vi nas músicas do Renato Russo, assim como eu não me vi mais no meu antigo colégio... Então, pensei, quem sou eu? Afinal, quem porra sou eu? Eu não sou o mesmo que antes era, mas, quem sabe, vou voltar a ser, quem sabe não ponho os brincos de novo? Eu sou o Breno, tá, mas quem é o Breno? Passei do lado de uma capelinha anglicana, que estava em culto. Por qualquer motivo que seja, senti uma necessidade de entrar na capela e ouvir a missa... ou parte dela. Estava cheia. Arrumei um canto e me sentei, ouvindo, cabeça baixa, observando os azulejos vermelhos - como estavam gastos - e a poeira - quanta gente já não tinha passado por estes azulejos - enquanto o padre falava... e eu ouvia. Não sabia o que estava fazendo ali... Não acreditava em Deus. Não? Não! E se estivesse errado? Deus não fazia sentido! O brinco não faz sentido, VOCÊ não faz sentido. Eu não faço sentido... O padre cantava e comungava, eu debatia comigo mesmo. Comecei a me perder, perder minha identidade, comecei a me sentir só, incerto, inseguro, perdido. Me levantei, olhei para o padre, olhei para fora, saí. Meu olhar vazio percorreu a rua, os pedestres, os carros... o garoto pedindo dinheiro (eu me importo com ele? me importo mesmo? eu me importo com qualquer um? me importo comigo mesmo?), não me importei. Fui para a casa do meu avô - vazia -, deitei no sofá, olhei para o teto da sala, o lustre. Levantei. Peguei um guaraná. Estava ruim. Eu não gosto de guaraná? Eu gosto de guaraná! EU GOSTO! Mas não gostava. Insisti em beber o refrigerante todo, contra minha vontade - Negava quem eu era? O espelho que cobre a parede da sala olhou para mim. Quem é você, ele disse. Não sei, ele respondeu. Ele segurava uma lata de guaraná antártica, mas não parecia satisfeito com ela. O que você quer, eu perguntei. Não sei, eu respondi. Não sei, ele respondeu. Deitei de novo, exausto. Dormi desta vez, sem sonhos.






Meu celular me acordou, hora de ir para a minha – minha? – casa... Casa... tudo familiar e diferente. Falei com um amigo meu pelo MSN, o Silas Couto, que faz faculdade de psicologia. Expliquei para ele minha... perda. Não consigo, Silas, disse a ele, saber quem eu sou; o que quero, do que gosto, com o que me importo... não sei de nada. Não sei se Deus existe, não sei se EU existo. Silas me aconselhou deitar e fechar os olhos e prestar atenção no que vem a mente... tentei... não funcionou. Quem sou eu e onde posso me encontrar? No dia seguinte fui para a escola. Encontrei meus amigos... Parece bobeira, mas acho que me encontrei também. Conversando com pessoas que eu gosto, eu acho que realmente me encontrei.






Talvez.






Não sei ainda o que quero, mas sei do que eu gosto agora, o que provavelmente vai mudar no futuro. O ser humano é inconstante. A formação da identidade não é fixa, nossa essência pode permanecer algo mais ou menos parecido, mas a identidade variará, vamos hoje gostar de cerveja e amanhã de gin tônica, hoje de gatos amanhã de cavalos, podemos mudar de amigos, mudar de escola, mudar de gosto musical, mudar de estilo de se vestir, podemos, enfim, mudar toda a nossa personalidade, mas o que não vai mudar é o nosso amor. Tenho amor pela música e por muitas pessoas ao meu redor - talvez este seja meu ponto forte e fraco, aliás -, tenho amor por tantas coisas e estas estão ainda comigo. Mudei, mas permaneci. E mudarei muitas vezes, acrescentarei, retirarei, me transformarei...


Como disse Raulzito, somos uma Metamorfose Ambulante, e somos mesmo. Não podemos nos segurar muito em lugar nenhum, nem sermos muito saudosistas, pois o mundo todo muda e você também... negar isto é negar a si mesmo. E não tem maior dor para a alma do que negar a si mesmo. Eu mudei quando ouvi Beethoven pela primeira vez e quando li Jostein Gaarder. Mudei quando meu amigo me disse palavras bobas, numa situação boba, mudei quando meu cachorro morreu, mudei quando minha avó se foi, quando mudei de escola, quando mudei de série, eu já mudei tantas vezes... algumas foram naturais e algumas foram muito dolorosas. A inconstância da identidade é o que faz nossa mente evoluir, é o que torna a vida interessante, a redescoberta de si mesmo, eu gosto de guaraná, aliás, e, quem sabe, volte a usar brinco. Não sei o que eu mesmo me reservo para o futuro, mas que seja “eu”.


Eu tenho tanto para falar sobre esse assunto... mas por ora, vamos deixar como está. Abraços.



Vou me arriscar agora, meus queridos. Gostaria que vocês compartilhassem, se estiverem dispostos, uma situação, um momento da sua vida que o fez mudar, o fez diferente. Comentem!





sexta-feira, 16 de julho de 2010

Inevitabilidade

A verdade é que eu não sei qual é a verdade de verdade. A verdade verdadeira se perdeu, agora ela vem em peças, montamos nossa própria. Mas afinal, com tantas verdade, qual verdade é a verdade de verdade? Viram o tempo passar e não me disseram, queria vê-lo também e perguntar o porque de sua cruel velocidade. Morremos... e esta é a verdade.

A Mídia Imparcial e o Fenômeno Michael Jackson, Parte 3: Fim

"Os Urubus querem carniça"

O Julgamento e o Documentário


Um casal de repórteres, uma multidão de fãs, várias equipes jornalísticas dos mais diversos canais, entre eles a Fox News, canal que vocês ainda ouvirão muito por aqui, caso o blog vá em frente. A Fox News tem a popularidade de ser um canal republicano super conservador, com gentalhas como Bill O’Reilly como “jornalistas”. Entre a equipe da Fox News cobrindo o caso Michael Jackson x Gavin Arvizo, uma jornalista em especial merece ser mencionada. O motivo eu vou explicar depois. Seu nome é Aphrodite Jones.


O Documentário


Enfim chegou. Toda aquela falação dos últimos dois posts foi para chegar aqui, aqui é o início, meio e fim do post, o clímax, a conclusão. Vamos logo com isso então.

Câmeras filmando, pessoas protestando. Esse era o clima predominante durante o último julgamento de Michael Jackson por pedofilia e abuso infantil. Vocês se lembram do que eu botei lá no início, na parte 1 do post? Pois então, voltaremos ao tópico 1, voltaremos de onde eu devia ter começado...

Eu peguei o documentário na metade. Vi uma mulher filmando e entrevistando alguns fãs (e alguns opositores afirmando que Jackson era culpado e que queimaria no inferno em nome de Jesus nosso Senhor), quando um grupo de sujeitos bem vestidos chegou, e outro e outro. A maioria vinha de vans com abreviações nas inscrições “ABC”, “NBC”, “CBS”, entre outras. Quando os fãs, em meio a protestos, músicas em homenagem ao Rei do Pop e cartazes de apoio emocional, viam as filmagens das reportagens, a indignação era o sentimento presente. Um dos fãs atacou verbalmente uma jornalista, esta que conseguiu uma ordem judicial contra ele. O fã iria entrar para acompanhar o julgamento. Outro repórter fez uma reportagem antecipada sobre a condenação de Michael Jackson. “Não é surpresa, dizia ele, descobrir que Michael Jackson foi considerado culpado pelo júri” “É MENTIRA!”, gritavam os fãs, “O JULGAMENTO SEQUER ACABOU E MJ É INOCENTE!”. Ao entrevistar fãs e repórteres, o documentarista percebeu um padrão, o da postura indiferente à verdade e ao respeito por parte dos repórteres, que simplesmente empurravam a câmera, praguejavam algumas coisas e continuavam o que estavam fazendo (e o de algumas pessoas, segurando cartazes contra Michael e afirmando seu fim com Satanás). E o da revolta por parte dos fãs, revolta por não poder fazer nada contra a injustiça sendo cometida pela mídia, a adulteração da verdade, que é sagrada. Não só porque são fãs, mas porque eles estavam lá, não é por admiração ao astro, é por aguardar um veredito enquanto toda uma imprensa, sensacionalista e imparcial, já o deu. Culpado. Culpado! CULPADO! Numa coletânea de entrevistas, reportagens e matérias dos mais diversos canais, os documentaristas mostraram a tomada de posição da mídia. Tudo isso para ilustrar a arrogância de uma mídia que comanda um país inteiro. A mesma mídia que ajudou George W. Bush a entrar no poder pela segunda vez, em uma eleição corrupta e suja, a mesma que apoiou a guerra no Iraque sem mais nem menos, só para citar dois exemplos. E se vocês não se convenceram do partidarismo midiático, leiam este trecho de um texto retirado de um jornal independente, criticando a ação da mídia em cima do caso Michael Jackson:

“Michael Jackson is guilty as hell. The case has been made beyond the shadow of a doubt. Haven’t you been paying attention? Bill Press, Dan Abrams, Chris Mathews, Imus, Brian Williams, Dateline NBC and E! Bill O’Reilly, Linda Stasi of the New York Post, Diane Diamond from Court TV, whatshername from Celebrity Justice (!), and Gloria Allred have all come right out and said it.” http://www.rutherford.org/oldspeak/Articles/Art/oldspeak-mj.asp

Em tradução livre:

Michael Jackson é mais que culpado. O caso foi feito sem sombra de dúvida. Você não prestou atenção? Bill Press, Dan Abrams, Chris Mathews, Imus, Brian Williams, do Dateline NBC e E! Bill O’Reilly, Linda Stasi do New York Post, Diane Diamon do Court TV, qualémesmoonomedela do Celebrity Justice (!!!!!!!) e Gloria Allred, todos vieram e disseram!

Apesar disso tudo, Apesar de tanta agressividade jornalística, ele foi declarado inocente de todas as acusações por unanimidade. O que me comoveu.

Porque me comoveu?

Bom... lembra do Fenômeno Michael Jackson que eu explanei no último post? Pois então, enquanto muitos viram um astro se safar por sua fama e dinheiro, enquanto muitos viam o Rei do Pop se aproveitando de sua credibilidade... eu vi outra coisa... eu vi o Fenômeno... eu vi pessoas ignorando as tendências midiáticas e ficando do lado de alguém inocente, eu vi um grupo de jurados tomando como rumo a verdade e não o senso comum, não a falsa imparcialidade do jornalismo, mas a sua própria visão dos fatos, a falta de provas e não o amontoado de opiniões. Eu vi Michael inspirar uma silenciosa rebelião contra a doutrinação e dominação midiática.


A Censura no Jornalismo


Lembra da Aphrodite Jones, do início do post? Ela era uma repórter cobrindo o julgamento de Michael. Quando questionada pelos documentaristas se achava que ele era culpado, Aphrodite entrou em uma evasiva. “Eu sou fã do cara, sou mesmo... mas acho que ele pode ser um gênio musical e ter seu lado negro”, foi mostrado então um trecho de seu programa na Fox News, onde ela afirmava que Michael era, de fato, culpado. Aphrodite mais tarde saiu da Fox News e veio a escrever um livro. “The Michael Jackson Conspiracy” (A Conspiração Michael Jackson), onde ela fala sobre o complô midiático em cima do Rei do Pop. Além dela, uma outra jornalista foi entrevistada. “Não estou aqui por que quero, disse ela, eu queria estar cobrindo fatos de verdade, política, economia, mas parece que celebridades é mais rentável. Estou só trabalhando.” Se quiser saber mais sobre o livro de Aphrodite Jones, aqui estão alguns links (inglês): http://www.aphroditejones.com/books/Michael_Jackson.htm  http://www.youtube.com/watch?v=JVLBeBi59Hw http://www.nydailynews.com/entertainment/tv/2010/04/29/2010-04-29_aphrodite_jones_defends_michael_jackson_and_blames_king_of_pop_foes_for_his_deat.html. Se tornou um angustiante fato que o jornalista não possa ter opinião, ele tem que seguir de acordo com a opinião de seu canal. Se não seguir... é rua (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16791).




O jornalismo de hoje passou de informativo a doutrinação. Nossa salvação... é a internet.




Conclusão



É óbvio que existe parcialidade no meio jornalístico e, honestamente, eu não vejo problema nisso. Cada emissora, cada meio de mídia tem direito de ter sua visão ideológica, cada ser humano tem. Mas que fale que possui de fato esta visão, esta parcialidade. Caso contrário a falsa imparcialidade se torna uma arma, uma arma de alienação que só mostra parte da história e afirma estar mostrando tudo. A falta de desenvolvimento no pensamento crítico do cidadão comum também ajuda. Se somos Homer Simpsons, somos porque confiamos demais na televisão, chegamos em casa e sentamos no sofá e os assistimos. E é assim que prosseguimos, fielmente, dia após dia... Se somos Homer Simpsons é isso que eles querem. Se não questionamos, é isso que eles querem. Se não lemos, vemos o filme, é isso que eles querem. Se aceitamos ver vidas de celebridades ou futebol ao invés de fatos políticos relevantes (o aumento de salário no congresso e a mudança da lei ecológica durante a Copa do Mundo), é isso que eles querem. Não digo que não devamos nos distrair, eu gosto de um futebol, gosto de vibrar, gosto de séries bobas e sem sentido. Estou dizendo para revermos nossas prioridades... estou dizendo para entendermos como ganhamos com isso, como ganharíamos fazendo diferente. Na Argentina surgiu um programa da TV Pública que contradiz o que as grandes emissoras dizem... desmente suas mentiras. Segue o link: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16752&boletim_id=724&componente_id=12161.



Que fique na sua mente que o Fenômeno não é de exclusividade do Rei do Pop. Podemos inspirar pessoas, podemos transmitir nossos sentimentos através de algo que fazemos bem. Para isso estamos aqui. Será mesmo preciso aparecer outro Michael Jackson, outro Geraldo Vandré, outro Gandhi, ou poderemos começar a andar com nossas próprias pernas? Precisamos mesmo de cadeira de rodas?











    
                                          "Ele queria que todos gostassem dele" - Slash sobre Michael Jackson

http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/posts/2010/06/27/michael-jackson-cantor-vira-idolo-de-criancas-depois-de-morto-303364.asp

Adeus Michael

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Mídia Imparcial e o Fenômeno Michael Jackson, Parte 2: Intervalo - O Que é o Fenômeno Michael Jackson?

Prelúdio do Intervalo 


Correria, gritos, brigas, censuras, câmeras, ação! O julgamento terminou, todos querem saber o veredito do Juiz sobre o caso do Rei do Pop, todos querem festejar ou protestar, dependendo de quem seja e de qual o resultado. Ele é inocente! Michael Jackson é inocente! Surpreendentemente! Mas ele estuprou um garotinho! Sim, ele é um monstro! Não é um monstro! Vocês que são. Vocês que são. Vocês que são. Vocês que são.


O Fenômeno Michael Jackson - Explicação


Tomei a liberdade de conceber o que eu chamo de “Fenômeno Michael Jackson” até descobrir que tal coisa já existia. Não importa... não importa de quem é a autoria do nome, o que importa é que O Fenômeno de fato existe, ou pelo menos existiu. Para falar a verdade, ele ainda se propaga pelos rádios e iTunes pelo mundo. Enfim... vou explicar logo o que é O Fenômeno.

Desde o início de sua carreira solo adulta, quando Michael deixou de ser o garotinho fofo daquele grupo de irmãos, pudemos ver o resultado do que eu chamo de Fenômeno Michael Jackson, isto é, as pessoas viam em Michael muito mais do que um simples artista, elas viam, por exemplo, um símbolo da etnia negra: numa época em que os grandes sucessos nos Estados Unidos eram brancos (além do preconceito racial presente na maioria das rádios norte-americanas, que só tocavam rock e músicas de brancos), Michael chegou com toda sua negritude, apresentando uma mistura de Black Music, com Swing e sabe-se lá o que mais, ganhando Grammys e diversas críticas positivas, além de milhões de fãs.      
                                                                                                                    
Michael se tornou então o representante negro da música pop, o que, mais tarde, se tornou algo político: Michael se tornou um símbolo do movimento negro, e, por que não, uma inspiração para todo um movimento de igualdade étnica.

Quando Michael sofreu um acidente durante a filmagem de um comercial da Pepsi, Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos enviou uma carta a ele. A carta dizia:

“Dear Michael,

I was pleased to learn that you were not seriously hurt in your recent accident. I know from experience that these things can happen on the set—no matter how much caution is exercised. All over America, millions of people look up to you as an example. Your deep faith in God and adherence to traditional values are an inspiration to all of us, especially young people searching for something real to believe in. You’ve gained quite a number of fans along the road since “I Want You Back,” and Nancy and I are among them. Keep up the good work, Michael. We’re very happy for you.

Sincerely,

Ronald Reagan”

E, em tradução livre:

"Caro Michael,

Eu fiquei satisfeito de saber que você não foi seriamente machucado em seu acidente recente. Eu sei por experiência que essas coisas podem acontecer no set – não importa quanto cuidado tenha. Por toda a America (Estados Unidos), milhões de pessoas pensam em você como um exemplo. Sua profunda fé em Deus e aderência aos valores tradicionais são uma inspiração a todos nós, especialmente aos jovens procurando algo real em que acreditar. Você ganhou um bom número de fãs ao longo da estrada desde “I Want You Back”, e Nancy (a esposa dele) e eu estamos entre eles. Continue com o bom trabalho, Michael. Estamos felizes por você.

Sinceramente,

Ronald Reagan”

Foi nesse mesmo ano de 1984 que, meses após o acidente, Michael gravou o videoclipe de Thriller quebrando recordes de vendas e conseguindo seu nome na Calçada da Fama, em Hollywood.

Michael Jackson quebrou barreiras culturais usando apenas sua música.

Em 1985, Michael inspirou milhões ao compor, em parceria com Lionel Richie, e cantar, com mais 43 artistas, o single ”We Are The World”, que rendeu 55 milhões de dólares para a campanha “USA For Africa”, que visava auxiliar famílias pobres africanas. O evento serviu de inspiração para, em 2010, a criação do “We Are The World 25 For Haiti”, que aconteceu na abertura das Olimpíadas de Inverno em Vancouver, Canadá, após o terrível terremoto que devastou o Haiti. Uma foto do já falecido Michael Jackson foi mostrada durante a apresentação.

Na verdade, eu demoraria muito para citar cada ação caridosa de Michael Jackson, por isso, segue aqui uma lista delas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_a%C3%A7%C3%B5es_caridosas_de_Michael_Jackson


Michael inspirava (e ainda inspira) nas pessoas um sentimento de altruísmo, de esperança, de superação e de bondade. Ao mesmo tempo, sua imagem foi sinônimo, para muitos, de ódio, repulsa e preconceito. Seja qual for seu sentimento em relação a Michael, você tem um, é impossível ser indiferente ao artista. Tanto que na estreia de seu videoclipe “Black or White”, cerca de 500 milhões de telespectadores assistiram, o que é um recorde, e tiveram uma reação contra algumas cenas agressivas de Michael (simulando o instinto de uma pantera, justificou o cantor).

Michael Jackson foi uma catarse ambulante. Não é de se espantar que a imprensa o perseguisse como um rato que persegue seu pedaço de queijo. A reação parasitária da mídia sensacionalista fez parte de Michael, em sua vida, e em sua morte. E não foi diferente quando, em 2003 – 2005, Michael Jackson foi, pela segunda vez, para o julgamento por abuso infantil, a imprensa estava lá.

Toda ela.

*Um link interessante relacionado ao post: http://www.direitoshumanos.etc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2986:michael-jackson-e-o-movimento-pelos-direitos-civis&catid=19:civil&Itemid=161

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Mídia Imparcial e o Fenômeno Michael Jackson, Parte 1: Introdução

Introdução da Introdução

Eu estou com este post na cabeça já faz um tempo e passei o dia todo pensando em um  começo, uma introdução. Decidi então simplesmente começar comigo, explicar como a ideia surgiu. Pois então, foi na semana de homenagem a 1 ano da morte de Michael Jackson, uma quinta feira, se não me engano, eu estava trocando de canais quando parei no Multishow, onde estava passando um documentário independente sobre o julgamento do Michael Jackson. A princípio, não me interessei muito, nunca fui muito fã do Michael, para ser sincero. Mas com o desenrolar do documentário, o meu interesse foi aumentando até chegar ao ponto de não conseguir desgrudar da tela. O julgamento foi demonstrado da perspectiva dos fãs e da Mídia, ou seja, os documentaristas filmaram o agregado de fãs, tanto do lado de fora do julgamento quanto nos arredores do Rancho Neverland do Michael, e, ao mesmo tempo, mostravam uma compilação de reportagens e entrevistas das mais variadas emissoras americanas. Neste post, vou usar o documentário, cujo nome, infelizmente eu não consigo lembrar, além de outras fontes, para comentar sobre a censura no meio jornalístico, a falsa imparcialidade da Mídia, e outras coisas. Também vou falar de uma atitude que me comoveu e me fez ter uma simpatia maior pelo falecido Michael Jackson, pelo homem e por sua imagem.

A Mídia Jornalística


Os interesses jornalísticos vão além dos que deveriam ser, que seriam a distribuição de informação à massa: a Mídia jornalística deveria dar poder ao povo para mudar, mostrar que algo está errado, mostrar que, por exemplo, pode-se mudar um governo se um levante for organizado. A Mídia mostraria os podres da sociedade para consertarmos. A função dela seria, resumindo, girar a manivela que move a democracia, o que é um papel importantíssimo. Para isto, a imprensa deveria ser imparcial, não expôr sua preferência, apenas mostrar os fatos já que a mesma exerce uma influência imensa na vida das pessoas. Tudo bem que esta influência já está diminuindo com o crescimento da internet e da Mídia Independente, mas ainda é enorme sua presença na opinião de todos, afinal, aprendemos a confiar na televisão e no jornal e na revista, eles que nos informam sobre o que acontece no mundo.
No entanto, a imprensa mostra uma incapacidade gigantesca de fazer o próprio trabalho, e não é por falta de recursos, a Globo, por exemplo tem talvez o melhor equipamento das emissoras brasileiras e apoiou escrachadamente a Ditadura Militar no Brasil, além da candidatura Collor, editando debates de uma forma que botavam claramente o candidato do PRN por cima do Lula, do PT. Não, é uma incapacidade facultativa, onde o que importa deixou de ser a informação e passou a ser a audiência e os lucros. O jornal deixa de passar matérias relevantes para ensinar receitas ou como adotar um gatinho de rua. O motivo, segundo William Bonner, é que o telespectador médio é como o Homer Simpson. Sério, ele falou isso mesmo. Se não acreditam em mim, acreditem na Folha: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u55778.shtml.  

O motivo então, é que não temos capacidade para entender matérias mais complexas, e, portanto, pensando em nós (como são altruístas) eles nos alienam e nos poupam de pensar. Quanta generosidade. 

E ainda existem outras formas de manipulação de informações. Por exemplo, o canal americano NBC pertence à companhia General Eletric (GE), agora me explica, se a GE for acusada de, por exemplo, um defeito em um dos seus produtos, os telespectadores da NBC vão saber?  Ao comprar fontes de informação as empresas não apenas ganham propaganda de graça, elas ganham também uma proteção. Além de muito, muito, muito lucro, claro. Isso sem contar as vantagens políticas, associações com empresas e partidos, subornos gordos, etc. Ainda vou voltar para este tópico, mas, por hora, pararei aqui.


A Mídia e Michael Jackson


É bem verdade que a relação entre Michael e a Mídia era visível desde bem cedo, quando os Jackson Five conseguiram um contrato com a gravadora Motown. Michael e seus irmãos escreveram diversos sucessos na época, incluindo "ABC" e "I Want You Back", mas a relação se tornou mais estreita quando Michael lançou carreira solo, estreando com o álbum "Off The Wall", seu primeiro na idade adulta e com o ganhador do Grammy, o compacto "Don't Stop Till You Get Enough", mas foi a partir do lançamento do sucesso "Thriller", que se tornou quase parasitária. Michael se tornou um revolucionário no que diz respeito a espetáculos musicais, com clipes que mais pareciam filmes de Hollywood. Então ele era Michael Jackson, o rei do pop, o grande gênio musical, e, porque não, o revolucionário.  Michael era habilidoso, Michael era criativo, Michael era um santo, especialmente depois da campanha USA for Africa (lembre-se de "We Are The World').

Após o lançamento do álbum "Bad",  as manchetes mudam de gênio para excêntrico. Por exemplo, os jornais diziam que Michael dormia numa câmara hiperbárica para retardar o envelhecimento e que ele havia retirado um pedaço de seu próprio nariz e guardado em uma jarra. Fora, claro, os escândalos quanto ao clareamento de sua pele. Apesar de afirmar ter sido diagnosticado com vitiligo, doença em que o paciente perde a pigmentação da pele, especulava-se que Michael Jackson estaria fazendo um tratamento intensivo com hidroquinona para se tornar branco, e ainda afirmavam que o cantor teria feito diversas cirurgias plásticas. Michael então virou alvo da Mídia sensacionalista, para bem ou para mal. Mesmo assim, sua turnê mundial "Bad" atraiu 4,4 milhões de fãs, um recorde.

Em 1993, Jordan Chandler, de 13 anos acusa Michael de abuso sexual, o que só serviu para esquentar ainda mais o atrito Mídia x MJ. Michael respondeu às acusações da imprensa dizendo que jamais faria mal a uma criança. Chandler, mais tarde, admitiu ter mentido obedecendo ao pai. Michael já havia morrido. Enquanto a Mídia mundial discutia o caso Jordan Chandler, aqui vai uma lista do que acontecia no mundo, no mesmo ano: http://pt.wikipedia.org/wiki/1993.


Em 2001, após os atentados de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas (World Trade Center), Michael Jackson ajudou a formar o movimento "United We Stand: What More Can I Give", buscando fundos de caridade para famílias que sofreram com o ataque (Enquanto isso, o governo norte-americano negligencia os próprios voluntários, esses que sofreram graves problemas de saúde após ajudar a salvar feridos, a retirar destroços e corpos, a limpar o local, etc. Essas pessoas que hoje possuem problemas psicossomáticos, pulmonares entre outros e não têm dinheiro para pagar a um seguro que os cubra, para mais informações: http://www.nytimes.com/2006/09/06/nyregion/06health.html (em inglês)). E em 2003 Michael Jackson foi novamente acusado de pedofilia pelo garoto Gavin Arvizo. O julgamento durou 5 meses e terminou no final de maio de 2005. É aqui que entra o documentário. É aqui que o post começa.

Continua...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sonetos, parte 4: O Poema, Mário Quintana

O poema é uma pedra no abismo,  
O eco do poema desloca os perfis: 
Para bem das águas e das almas     
Assassinemos o poeta.

O homem que vendia amores

Em Belo Horizonte:


- Rapaz, sabia que o homem que vendia amores faliu?


- Nossa, uai, não sabia não. O que aconteceu?


- Ele achou que o amor devia ser livre.

Off - O Blog do Victor

Não faz muito sentido eu postar isso aqui já que o único que visita meu blog é ele próprio... mas enfim... visitem o blog do meu amigo o http://www.caminhosdoallstar.blogspot.com/ , eu pretendo postar posteriormente textos referentes a alguns posts dele... ou algo assim... abraços.

sábado, 3 de julho de 2010

De Jesus à John Lennon

A humanidade teve muitos pensadores... alguns ganharam mais destaque do que outros, mas isso nunca tirou o crédito deles. Por exemplo, partindo para o mundo da música erudita, é válido dizer que Chopin merece mais consideração que Heitor Villa Lobos ou, partindo para a área literária, que Edgard Allan Poe é melhor escritor que Stephen King? Certamente que veremos as particularidades, a assinatura de cada um em suas obras. É o que fizeram deles únicos e não "mais do mesmo". Mas temos aqueles que realmente fizeram uma diferença, chocando e apaixonando nações. Pessoas que pregavam palavras de amor e respeito mútuo, que, se tivessem a oportunidade, poderiam ter feito uma revolução no modo de pensar do ser humano. Mas não tiveram. Todas essas pessoas foram mortas, mais precisamente, assassinadas antes que algo maior pudesse ser concretizado. E são pessoas comuns e nomes que ouvimos bastante hoje em dia.

Jesus, por exemplo, foi um homem com ideias revolucionárias, um homem que conseguiu transmitir seus ideais de amor, respeito, de conscientização e empatia para outros, pessoas iam vê-lo palestrar e receber seus "milagres". Ponho aspas em milagres porque não acredito em milagres literais. Se Jesus fez o cego ver, para mim, Jesus fez o homem perceber que está sendo maltratado pelo governante, que está sendo abusado e usado. Fez o homem abrir os olhos e finalmente ver a realidade de sua vida. Se Jesus fez água virar vinho, ele mostrou que o que importa não é a riqueza, não é o vinho, é a convivencia e quando se está com quem gosta (no caso de um casamento) até água se torna vinho. Bom... posso estar redondamente enganado, até porque, para ser sincero, nunca li a Bíblia com muita atenção e, na verdade, não creio que um dia lerei. Não acredito na Bíblia, independentemente de Deus ou religião, não acredito num livro de 2000 anos que já passou pelas mãos de tantos adaptadores e tradutores (isso excluindo as passagens da Bíblia oralmente, e dos três Concílios de Nicéia), que não deve ter sequer meia frase verdadeira. Tirando as gotas de sangue que pingam de suas páginas: guerras, massacres, orgias, pestes, vingança, ódio, terror... Se Jesus existiu, existiu o homem, não o Cristo. Mas isto não é para agora, não se trata de uma postagem sobre religião. Jesus pregou o amor e morreu por isso, morreu um revolucionário.

Anterior a Jesus, tivemos o filósofo grego Sócrates, que, considerado o homem mais inteligente de Atenas segundo o Oráculo de Delhpus, dialogava de forma impecável, fazia as pessoas pensarem, questionarem os próprios conceitos e aceitarem a própria ignorância, não negativamente, mas positivamente. Esta é, aliás, a alma da filosofia, o reconhecimento da ignorância sempre nos leva a questionar mais e questionar o que já é dado por certo. Sócrates foi condenado à morte sob acusação de corrompimento da juventude e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates poderia, no entanto, ter pedido clemência e se humilhado, mas não o fez, e morreu mantendo-se firme aos seus ideais.

Partindo para um cenário mais atual, podemos falar de Mahatma Gandhi, o homem que libertou a Índia do imperialismo inglês. O homem que liderou uma nação inteira em uma revolução pacífica. O homem que ficou sem comer quando um indiano matou um soldado inglês, e que, ao receber desculpas deste homem, disse: "Não é a mim que tu deves pedir desculpas, mas à família do soldado que tirastes a vida...”. O homem que ganhou uma guerra sem armas, que mostrou que um país unido é uma potência maior que qualquer império, que o amor e a paixão são mais poderosos que qualquer arma. Gandhi mostrou ao mundo o poder das pessoas. E que guerra em nome da paz não existe. E foi morto. Assassinado. No dia 30 de janeiro de 1948, após já ter sido preso três vezes, Ghandi foi assassinado com três tiros pelo hindu Nathuram Vinayak Godse, no jardim de sua casa, onde estava sendo realizada uma grande reunião de orações. Godse matou Ghandi por que era contra a tolerância religiosa pregada por ele, o que teria causado a criação do Paquistão, contra a qual era contra.

E ainda temos, por mais improvável que pareça, John Lennon, sim, o músico, o "Beatle". John, o compositor de letras instigadoras, políticas, foi um ativista a favor da igualdade de raças, igualdade de sexos, e contra a guerra... Claro que, possuindo a popularidade que apenas o vocalista dos Beatles possuía, John conseguiu ser ouvido por muita gente. De fato, ao se mudar para Nova Iorque, John sofreu uma investigação confessada pelo FBI visando deportá-lo de volta para a Inglaterra. John Lennon foi morto por um fã, Mark David Chapman, em 8 de dezembro de 1980. Chapman é acusado por alguns de trabalhar junto com a CIA e o FBI, é dito, inclusive, que a morte de Lennon foi encomendada. Mas encomendada ou não, John morreu, o homem que redefiniu a música no mundo, e o conceito de amor. Morreu um John ativista da paz.


Não comentarei sobre mais pessoas, pois o post já está grande o suficiente, mas poderia falar de, por exemplo, Martin Luther King, Chico Xaviér (esse não foi assassinado, mas foi linchado de todas as formas) ou John Kennedy, ex-presidente americano (apesar de eu não ser muito fã de sua política externa).

Após ler tudo isso, se você chegou aqui, primeiramente, parabéns, e em segundo lugar, umas perguntas: Porque matamos nossos verdadeiros heróis? Porque esperamos eles morrerem para fazermos alguma coisa (e nem sequer fazemos)? Porque tanto ódio é canalizado para pessoas que só pregam a paz, a conscientização e o amor? Pense nisso.




Imagine there's no heaven             Imagine que não há paraíso



It's easy if you try                         É fácil se você tentar

No hell below us                          Nenhum inferno abaixo de nós


Above us only sky                       Acima apenas o céu


Imagine all the people                   Imagine todas as pessoas


Living for today                           Vivendo pelo hoje










Imagine there's no countries        Imagine que não há países


It isn't hard to do                        Não é difícil imaginar


Nothing to kill or die for             Nada que valha matar ou morrer


And no religion too                     E nenhuma religião também


Imagine all the people                 Imagine todas as pessoas


Living life in peace                      Vivendo a vida em paz










You may say                               Você pode dizer


I'm a dreamer                              Que sou um sonhador


But I'm not the only one               Mas eu não sou o único


I hope some day                          Espero que um dia


You'll join us                               Você se junte a nós


And the world will be as one        E o mundo será como um










Imagine no possessions                 Imagine nenhuma posse


I wonder if you can                       Me pergunto se você consegue


No need for greed or hunger         Nenhuma necessidade por ganância ou fome


A brotherhood of man                   Uma irmandade de homens


Imagine all the people                    Imagine todas as pessoas


Sharing all the world                      Dividindo todo o mundo










You may say,                                 Você pode dizer


I'm a dreamer                                Que sou um sonhador


But I'm not the only one                Mas eu não sou o único


I hope some day                            Espero que um dia


You'll join us                                 Você se junte a nós


And the world will be as one        E o mundo será como um


Imagine - John Lennon




"Não existe caminho para a Paz. A Paz é o caminho" - Gandhi