sábado, 23 de abril de 2011

Diretor

Imagina a seguinte cena: uma clareira na floresta, tudo o que se ouve são os pássaros e animaizinhos e o barulho de um riacho correndo por perto. Certo, vizualizou? Agora explode tudo isso!


BUM BUM BUM BUM BUM! Explode o coelinho! Explode o pardal! Explode as árvorezinhas e explode o riacho!

Conseguiu?

Muito bem, temos uma cratera agora, uma cratera horrorosa, cheia de material cinzento que um dia foi vivo. Muito bem, você tem nas suas mãos um recomeço. Como você quer fazer? Como quer que seja a ecese desse lugar? Como quer que tudo se torne depois de terminado? Quer que o processo seja longo ou lento? Quer que tudo isso volte a como era antes? Quer? Quer, não é? Madito Newton! Maldita Lei da Inércia! Quem diria que ela se aplicaria a mente humana, hã!?

Então tá!

Tente pensar não humanamente! Você é Deus! Faça as coisas direito e me diga como ficou depois.

Não foi explodido por nada.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Eu amo Umi Qazerina"

Definitivamente, o vídeo mais fofo que você já viu.






Na verdade, o vídeo era sobre o racismo, já que o garoto é chinês e a garota malaia... mas por algum motivo chegou aqui falando do amor... acho que deve ser mais fácil de digerir... mas, de qualquer forma, é um vídeo adorável.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Contra todas as probabilidades...

... o melão estava doce.










[Nota do Autor: Você, caro leitor, provavelmente não entendeu isto... e provavelmente nunca entenderá plenamente... é um trecho de algo que vinha desenvolvendo, mas parei faz um tempo... claro que, descontextualizado assim, não faz o menor sentido. Bom, tente extrair sentido dele! Use seu cérebro viciado em padrões para alguma coisa!]

domingo, 17 de abril de 2011

A marina


Olhos de maré rasa sob o sol de verão,
Pele de um branco a ser preenchido
Com os cabelos de carvão

Oceano longínquo,
Sede da água imbebível,
Saudade do nunca antes visto,
Do nunca antes navegado

A marina dos corações ausentes,
Das paixões presentes.
A marina dos soluços sufocados,
Das lágrimas que não se vêem, se sentem.

Marina do mar infinito,
Marina dos corações aflitos,
Marina dos sonhos distantes
Marina dos gostos distintos.

Marina do amor perdido.

Marina do coração partido.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Olhos nos Olhos

Certo, isso faz parte de uma aposta.

Horácio,

Se não tivesse te visto indo embora, se não tivesse contado teus passos - 13, até a escada -, se não tivesse ouvido o baque seco da porta quando você bateu, não teria acreditado nas palavras que tanto me feriram, nem em suas feições que tanto me assustaram. Não você, que me jurou amor eterno, que me fez voltar a sonhar, que me fez acreditar no "felizes para sempre" dos contos de fadas que, para mim, já tinha morrido faz tempo. Não, certamente não você, por quem eu briguei com meus pais, com minhas amigas.

Mas eu vi, eu contei e eu ouvi. Eu acredito; eu sei; você me deixou e, por mais confuso que isto tenha sido no início, alegra-me saber que a maior tristeza que sinto hoje é saber que estava errada e que todos os outros estavam certos.

Mas não me arrependo, você me apresentou a um mundo que eu não conhecia e que passei a amar, me fez conhecer verdades que eu ignorava, me fez amadurecer, seja pelo amor que você me deu ou pela dor que você me fez passar. Depois de tudo o que você me ensinou, a maior lição que você poderia me dar seria me deixar por conta própria. E por isto eu agradeço. Me tornei independente, forte, aprendi a lutar pelo que queria, deixei aquela garota mimada e frágil, que chorava por tudo, para trás. Aprendi a depender de mim e não dos outros.

Horácio, escrevo esta carta não como uma forma de mostrar minhas mágoas ou de lembrar do ano passado ou seu fim. Te escrevo para lhe agradecer por tudo o que você, conscientemente ou não, fez por mim.

Obrigada,

                                                                                                                                                  Ana

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Solidão

Ele voltou a fumar, depois de 30 anos de abstinência, voltou a fumar. Voltara a beber também, uma semana atrás. "Que se foda", pensou, pondo o cigarro na boca, "(...)que se foda". Tentara criar uma justificativa plausível para as recaídas, mas não se preocupou em se esforçar. Voltara por que queria e que se foda. "Que se foda" - murmurou ele entre uma tragada e outra.

Tossiu, era um cigarro vagabundo - não tinha dinheiro para comprar um bom -, isto somado ao seu pulmão limpo, davam uma sensação quase insuportável. Mas, mesmo assim, parecia tão... certo, tão reconfortante, que sentia que as coisas voltavam ao seu lugar.

Sentiu que a trocaria por um cigarro ruim e um whisky barato a qualquer momento e se questionou do motivo de não ter feito isso antes.

Uma tragada de cigarro. Um gole de whisky.
Uma risada.

Sentia o cheiro da poluição da cidade e da insalubridade do esgoto. Sentia o cheiro de óleo diesel queimado e de gasolina acumulada, de vômito e de merda. "Que se foda", pensou novamente "trocaria ela por isso a qualquer hora".

Riu de novo. Como se sentia bem! LIVRE!

Um copo de whisky. Um maço de cigarros. Um copo de whisky.
Risadas.

Nunca se sentira tão bem na vida! Era como se estivesse nascendo no lugar mais perfeito do Universo.

Um tiroteio tomou conta do lugar, ele não ouviu nada, só ouvia as próprias risadas, a prova de sua felicidade.

Três maços de cigarro, duas garrafas de whisky.

Vômito?
Risos.
Tenho certeza agora, é vômito, definitivamente, é isso que é, eu vomitei.
Risadas...
Tão feliz.
Medo.
Tão feliz.
Choro.
Tão feliz.
Deito.
Chão sujo, e daí?
Tão feliz.
Choro mais.
Tão feliz.
Rio.
Choro.
Sono.
Tão feliz.
Tão feliz.

Tão... feliz...

domingo, 3 de abril de 2011

Arte Moderna

Foi quando eu vi a luz vermelha no quintal, ela veio até mim e me falou de certa vez quando estávamos passeando no bosque e um elefante de unhas pintadas - eram verde-limão, recordo-me bem - me acusou de estupro. Logo eu, que não alcanço um elefante! "Eu não alcanço um elefante" eu disse, ele me acusou de ter usado escadas. Era noite já e a discussão estava quente, apesar disso fazia frio, o bosque situava-se na Lituânia, que eu, honestamente, não sei onde fica (fui levado lá por um disco voador). Enfim, a luz amarela (ou era verde?) "Era vermelha, idiota é só ler ali em cima" ok, a luz vermelha me disse que o whisky no parlo italiano nemi um poquito la fromage quer torta de morango com calda de. . . aliastra que eu quero obebebelaos. . ,asd . . .


Em alguns minutos essa postagem se autodestruirá

sexta-feira, 1 de abril de 2011

De mãos dadas no escorrega

Eu só me sentei em frente ao notebook ligado e fiquei lá. Fiquei lá. Não que eu tivesse mais alguma coisa pra fazer, não é isso. Eu só... sentia... que chegaria a qualquer momento... Fazia tanto tempo que ela não vinha...

Fugira de casa.

Mas já o fez antes, o fazia constantemente e sempre voltava, nenhuma vez sequer deixou de cumprir minhas expectativas... Logo, logo ela estaria aqui. Era só esperar. Esperar... Esperar. Esperar. Esperar, esperar, esperar, esperar esperar esperar esperar esperaresperaresperaresperaresperar

Sorvi o café que não me lembrava de ter feito e traguei o cigarro que não me lembrava de ter acendido. Cocei o corpo nu que não me lembrava de ter despido e enxuguei as lágrimas que não me lembrava de ter chorado. Seriam elas lágrimas de cansaço? Seriam lágrimas de desespero? De ânsia? Da derradeira tristeza que, agora percebo, se abate sobre mim? Teria ela se pronunciado naquela hora? Não lembro. Não me lembro de muita coisa. Lembro que esperei. Esperei muito. Horas, dias, semanas, quem sabe. Mas ela não veio. Perdera-se? Fugira, definitivamente.

Verdade seja dita.

Ela me deixara, me abandonara.

Chorei seco.

Sentia falta de sua presença que nunca, mas sempre esteve. Era isso que eu - achava - que queria... Ainda será o mesmo? Ainda a quero longe? Ainda quero sua imagem (verdadeira ou não, não estamos aqui abrindo espaço para discussões) por perto? Você era minha companheira, minha sina, meu destino, meu pesar, minha alegria, minha carência, meu amor, meu passado, meu futuro, meu presente, minha solidão, minha inspiração.

(Era... não era?)

Por que fui te apagar?

Por que fui tão cego a ponto de te ver?

Por que fostes?

E mesmo agora, você me inspira... que terrível é o meu destino. Que grande merda é minha cabeça. Que grande merda é você.








[A angústia perdura] amarga]


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Ainda assim... De mãos dadas no escorrega... Fico feliz que seja esta a última lembrança que tenho de você.

Porranenhumisse - 4

Dor não caleja porra nenhuma, ela abre ainda mais as feridas.