sábado, 28 de abril de 2012

Embriaguez

Eu rio da morte;
Já sou morto há tanto tempo que meu documento é o nada.
Eu rio do sol poente;
O meu sol se pôs, eclipse eterno, e a noite não tem lua.
Eu rio da ferrugem;
Meus nervos de aço são ferro oxidado,
O todo corroído, desgastado;
Maresia do amor que me enferrujou em seu mar-estar.
Eu rio do escuro;
Tropeço no mundo com holofotes sobre mim,
Sou palhaço no picadeiro;
O Público ri, o Público ri.
O Palhaço sofre,
Por causa de Ti, por causa de Ti.
O Espetáculo, a Morte.
Os faróis estão tão perto...
Velhas, magras, feias e virgens sedutoras,
Me agarram e me puxam
Quase me deixo levar, me deixo levar. 

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