domingo, 25 de julho de 2010

Ahhh... o grande amor sempre está no passado...

Ainda via ela em todas as outras, ou tentava ver... não sei. Minha memória está enevoada. Mas lembro que a procurava, ah sim, a procurava nas mulheres com quem fiquei, a procurava nos amigos que tive e nas pessoas com quem falava. Mas ninguém era ela... Ela era... única. É única. E linda, uma voz mais doce que o mais doce mel, os olhos castanhos intensos se encontravam aos meus num furor típico adolescente. Quando a minha boca tocava em seus lábios macios e quentes, meu coração acelerava como o de um garoto tímido que vai ter seu primeiro beijo, sempre foi assim, desde o primeiro dia, até o último... certo, exceto, talvez no último. No último foi diferente, ela não me fez mais rir, não me fez pensar em como seus óculos delicados de mulher ficavam bem nela, quando lia. Não me fez renunciar à minha própria vida pela dela. Não me fez nada, só me fez sair. E não voltar. Se isto foi metafórico ou literal, você que se decida, eu... eu vou continuar tomando minha pinga e me remoendo por dentro... Porque fiz isso? Porque fui embora? Porque, Deus? Tá quente aqui... vou dar uma volta, quem sabe vou pra casa... tenho ainda que terminar ainda minha tese sobre a inconstância do ser em contraponto com sua necessidade de estabilidade. Saio do bar, deixo na conta "É melhor me pagar logo, esta conta está ficando gorda", "Pode deixar". Ora e quem eu vejo na esquina, esperando o sinal? É ela... e está... está... ah, bem... não é essas coisas, afinal...

3 comentários:

  1. Uma máxima popular diz que só damos valor ao que perdemos, bem talvez seja verdade mas e se mais uma variável for incluída? E se recuperarmos a pessoa, objeto, sentimento ou seja la o que for, daremos o devido valor ou será da natureza do ser-humano cometer sempre o mesmos erros?

    Não me aprofundei mais pela impossibilidade de digitar.

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  2. não seria realmente essa a ideia, mas a ideia de que damos extremo valor ao que perdemos, um valor imaginário, idealizado.

    Pessoas como eu, masoquistas sentimentais, tem o problema de sempre achar que o passado foi melhor que o presente para, quando ver o passado cara a cara, perceber que não era tudo isso... não mesmo.
    o melhor é mandar a pinga pras favas e viver a vida. não viver no passado, entende?

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  3. Beleza! Interpretei certo! Haha! Mas gostei, cara. A gente deve mesmo parar de idealizar o passado como se nada pudesse ser igual ou até melhor.

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