sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ah, o reino onírico e suas... surpresinhas... Freud explica.


Era branco, branco como marfim, trajava uma roupa preta que lhe cobria todo o corpo, apenas o rosto de fora, lua cheia em noite pura. Caminhava lentamente em minha direção, o braço estendido, o dedo apontado. Eu corri. Corri como nunca corri antes, mas era inútil. Apesar de seus passos lentos, ele se aproximava cada vez mais de mim. Se aproximava e eu não podia fazer nada. Corri com mais vontade, mas era ainda inútil, o vulto estava atrás de mim. Me virei, tentei empurrá-lo - nada. Tentei socá-lo - sem reação. Peguei um bastão ao meu alcance e acertei em seu rosto branco - impassível. Esticou seu braço até seu dedo encostar em minha testa, congelei, aterrorizado. Cutucou minha testa. Cutucou novamente. Continuou cutucando e, quanto mais cutucava, mais meu desespero crescia. Mais e mais e mais. Preciso berrar.

Acordei com meu grito.

Sim, foi um sonho que tive outro dia... depois, pensando sobre, cheguei a conclusão que o vulto branco poderia muito bem ser a Morte, do Bergman, daquele filme O Sétimo Selo. Creio que o sonho retratava meu pavor completo da impotência, essa muito presente em minha vida, por sinal (por favor leitor, não vá pensando gracinhas). O desespero que dá não poder fazer nada quanto a uma imagem aterradora... acho que pra mim não há nada mais frustrante, assustador.

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