quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Quero fumar um emaranhado de qualquer coisa que dê para emaranhar, respirar aquele ar denso, escuro que me faz ver melhor. Ar seco, áspero... Bebo por osmose o sangue daqueles que me cercam, que morrem porque não há nada mais a fazer, morrem por inércia, que seja forçada, mas inércia...

Quero doer toda dor que não me pertence, numa pretensão imensa de tomar os fardos alheios, de me sentir melhor comigo mesmo, com minha consciência... Aquele ar que me dói os pulmões, o quanto esperei por esta dor...

Quero sentir tudo, apreender o Universo! Quero amar a todos, quero ser! Quero a dor dos outros para substituir a minha, a minha... a minha...

Quero preencher a solidão com falsas esperanças...

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