segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O poeta está morto

Para o Frejat

Hoje não tem jornal,
O dia nublado
Mal dá pra ver
Sob a névoa de sangue.

Não tem quem avisar
O fim do crepúsculo
As lágrimas afirmam
O pesar do firmamento

Os poetas morreram
De desgosto ao seco vento
Estagnando assim
O nosso momento

Mas quem ainda não é surdo
Logo cegará
Quando findar o crepúsculo
De nossos dias sem tempo

Se você espera ser forte
Esqueça, não tenta
A humanidade é desumana
Já não vale a pena

Todo mundo é igual
Quando sente dor
Mas a dor é o que nos sente
Crua, sem ardor

O poeta fugiu,
Foi ao inferno e lá ficou
Esqueceu o Éden
Esqueceu o que é amor

Mas quem não é surdo aqui
Ensurdecerá
Na grande explosão
Do firmamento... (2x)

Nãaaao... nãaao... nãaao...

O poeta não morreu,
Se sentou e se dopou
Sem sentir nada
Apodreceu

E quem ainda consegue sentir
Se perderá inteiro
Suas frágeis emoções
Transformadas em cinzas pelo vento seco (2x)

Nãaaao... nãaao... nãaao

Nenhum comentário:

Postar um comentário