Para o Frejat
Hoje não tem jornal,
O dia nublado
Mal dá pra ver
Sob a névoa de sangue.
Não tem quem avisar
O fim do crepúsculo
As lágrimas afirmam
O pesar do firmamento
Os poetas morreram
De desgosto ao seco vento
Estagnando assim
O nosso momento
Mas quem ainda não é surdo
Logo cegará
Quando findar o crepúsculo
De nossos dias sem tempo
Se você espera ser forte
Esqueça, não tenta
A humanidade é desumana
Já não vale a pena
Todo mundo é igual
Quando sente dor
Mas a dor é o que nos sente
Crua, sem ardor
O poeta fugiu,
Foi ao inferno e lá ficou
Esqueceu o Éden
Esqueceu o que é amor
Mas quem não é surdo aqui
Ensurdecerá
Na grande explosão
Do firmamento... (2x)
Nãaaao... nãaao... nãaao...
O poeta não morreu,
Se sentou e se dopou
Sem sentir nada
Apodreceu
E quem ainda consegue sentir
Se perderá inteiro
Suas frágeis emoções
Transformadas em cinzas pelo vento seco (2x)
Nãaaao... nãaao... nãaao
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