domingo, 12 de agosto de 2012

ah que belo repousar sob as estrelas tensas de são paulo, temendo a todo momento fim da sua fosca luminescência... luz das estradas e nuvens dos canos de descarga ameaçam suas vidas vãs, ignoradas. ninguém lhes presta atenção e quer saber, é melhor que sejam assim, assim ganham humildade não ficam pomposas como as estrelas de outrora (ou outrolugar). é belo o repousar justamente pela vastidão do cinza nevoento e sujo, a amplitude do nada cognitivo que me faz pensar... "ei... somos tão vãos e efêmeros quanto poderíamos ser, se nem estrelas são alguma coisa aqui, quem (quê) somos nós?" a metrópole me faz pensar.. as multidões me segregam para dentro de si. dicotomia complementar, não faz sentido, ou não deveria, mas faz e ponto, é assim que é. que é estar dentre milhões e se sentir sozinho? é o efeito da contemporaneidade, o afastar/esconder das estrelas sob a densa camada de cinza... reconfortante e desoladora.

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