quinta-feira, 29 de março de 2012

O azul virou cinza. E das cinzas nada se tira. Nada se espera. Cinzas serão cinzas, atonais, apáticas, aqualquercoisa. Cinzas são o nada, o fim definitivo de tudo o que já foi. Cinzas não são. E cinza não é. Não é bonito, não é alegre, triste, claro, escuro, não é nem sequer neutro. Cinza não é cor. É dor. Dor do fim. Sem tristeza, só dor. Dor de não ser, dor de não ter sido, dor do nunca mais. O azul virou cinza, assim como o verde e o vermelho. Acinzentou-se o mundo. Não se espera mais nada agora. Só dor. Dor é a única coisa que se pode ter nesse não-mundo cinza.

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