quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O mito da mediocridade

Este se baseia na ideia de superioridade individualista e prepotente que tanto insistimos em ter... Ora, mas fazer o quê? Se se traça uma linha de mediocridade, é batata que o traçador está acima dela. De cima, observando, julgando, julgando. Olha esses alienados!, dirá o traçador e seus discípulos. Estes que preferem  futebol a jornal, churrasco a leitura, carnaval a cultura (sim, leitor, eles ainda tem a pretensão de definir o que é e o que não é cultura!), cerveja a vinho! Quanto mal gosto, quanta falta de... classe? Ah, a classe!

A Classe!!!!!!!

Não, leitor, não vivo na ilusão de achar que não existe hierarquia na soc-ie-dade. Mas também não tenho pretensão nenhuma de nomeá-la. Se a classe está lá, não sou eu quem vai apontá-la, é o classificado! Mas Leitor, não sou de todo cético, é claro! Creio! Tenho fé também, acredite! Acredito na ambivalência da violência! Do poder! Da coerção! Acredito na igualdade "coesão = coerção", não há como fugir disso e, por fim, acredito na submissão ideológica. Aliás, isso é fato. Minha fé mesmo tá na sua forma consciente e coletiva, ah aí o bicho pega leitor! E como pega!

E eram deuses os... intelectuais! Só que não...
A força do povo, leitor! A camada medíocre da sociedade! Os medíocres que fazem as revoluções, e estas começam deles e não de outros. Não é de Marx que vem o marxismo, mas da vontade do povo! De seus anseios! O povo só abrigará a ideologia que o servir e aí está o problema! Não existe consenso naquilo que chamamos "vontade popular". Quando há, há exigência, e, então, revolução. O povo não quer comunismo, o povo quer viver bem e ser feliz. O povo não quer se submeter a uma ideologia, o povo quer carnaval, quer futebol, quer churrasco e não há nada de errado nisso! Não há mediocridade, leitor! Há o que há e taxar e qualificar a realidade é a forma mais elevada de prepotência que há no homem. Não há representação apenas do representante. Quem me elegeu a voz do povo? Não falo por ninguém aqui a não ser por mim! O povo faz o que quer porque ele sabe o que quer e o que é melhor para ele e não cabe a nós, no final das contas, achar que temos a verdade em nossas mãos, livros e manifestos, pois a verdade já fala por si.

Como verdadeiros revolucionários, não cabe a nós doutrinar, mas aprender e apoiar a vontade da maioria. A voz que tentamos ouvir com tantos folhetos e debates e discussões é a voz que se ouve da janela do carro, quando deixamos ela aberta, é a voz que se ouve no metrô, na praça, na praia.

Não! Não existe mediocridade! Existe o que existe e o que as pessoas querem enxergar disso. A partir daí, é por conta de cada um.

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