quinta-feira, 7 de março de 2013

Divagações


A vida é o universo pulsante

A morte é parte da vida, não é exterior a ela e muito menos é seu oposto. -> a morte deriva da vida ou é parte inerente dela?

A manifestação quanto à vida é possível? Pois a manifestação em si já é vida.

O universo pulsante não existe, a vida sim. A vida é o universo pulsante e a relação não é recíproca. Isto por que a vida é e sempre será prioritária em qualquer relação. Ex: A vida é um bocejo. A vida é uma árvore. A vida é uma estrela. Qualquer coisa que represente algo será vida, exceto se estiver isolada ao ponto de não se relacionar com absolutamente nada, nem ela mesma. Neste caso será Deus. A vida, como prioritária ao complexo sistema de relações se coloca acima de todas as coisas. A vida é, portanto Deus. No entanto, a vida não pode ser uma entidade, visto que por mais que prioritária, não pode representar a si mesma, ou seja, se enclausurar, se embarreirar, para começar porque as barreiras fariam parte da própria vida e, depois, pois sua extensão é tal que conceber seu fim é dar-lhe sobrevida. Entender algo fora da vida, isto é, do prioritário ao universo pulsante é simplesmente contraditório com a própria noção de prioridade sobre tudo. Não há externalidades e, portanto, não há entidade. A vida é, então, Deus em sua não-forma solta, inisolável (sim, estamos criando neologismos aqui, ou seja dando vida às palavras, ainda mais além, dando prioridade de existência a elas), mas irrelacionável pois não há com o que se relacionar.

Ok... resta a questão da morte enquanto parte constituinte da noção solta de vida ou derivada dela. Não se pode conceber a morte como "tudo que é externo à vida", para começar pelo simples fato de entendermos a morte, e, além disso, pela evidência óbvia do imenso - IMENSO - impacto que a morte tem sobre a vida. Se apenas considerarmos nós, seres humanos isolados conceitualmente para fins "metodológicos", acho que isso fica muito mais que claro. Não é concebível, portanto, que a morte se abstraia da vida. É, no entanto, parte constituinte fundamental da experiência de vida - tudo morre, cedo ou tarde, de animais e plantas, a estrelas e, provavelmente, átomos e as partículas mais elementares da constituição da realidade. É desta experiência de vida que decorre nossa morte, isto é, morremos porque vivemos ou morremos apesar de vivermos, sendo a morte uma face da vida? Talvez ambas as opções estejam erradas, posto que a vida não permite a ausência e a morte seja parte da experiência de viver (se constituinte ou decorrente dela, já não importa) e a morte não exista, portanto, enquanto ausência, concluo que a vida só pode ser absoluta e a morte efetiva - enquanto destituição de vida  (ou seja, perde sua capacidade de influenciar, perde sua relevância, sua característica a priori enquanto algo existente) - não pode existir, já que a vida é e será sempre relevante.

De uma forma mais resumida, posso falar, mais especificamente, que nenhum ser (e encaro ser aqui como qualquer coisa dentro do universo pulsante, qualquer coisa que tenha vida a priori, que seria "tudo", na verdade) deixa ter relevância em momento algum.

Sua presença enquanto vivo é o suficiente para deixar uma marca efetiva nos fluxos que subjazem a vida.

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