domingo, 6 de janeiro de 2013

Não, não desejava morrer, desejava apenas observar a morte de perto. Era assim que se curava da impotência, afinal e, raciocinara, se já era prazeroso assistir à morte alheia, que dirá a própria! Imagine só! a minha carne sangrando feito bala, os ossos se partindo com barulho e as veias se rompendo, o sangue espirrando para fora. Ah sim, a dor!! Que maravilha! Podia sentir-se morto, ah que delícia, qual não seria o tamanho do orgasmo quando seu cérebro estourasse, seus olhos caíssem para fora de seu crânio, o doce amassado da vida diante de mim, eu! A vida não presta afinal de contas! Homens? Mulheres? Nada disso presta. Não sou nenhum, não senhor, sou algo além! Muito além! Se agora rio é porque sei verdadeiramente o que é felicidade! Não! Nenhum de vocês jamais encontrarão, mas eu sei! Eu sinto! Eu tenho!


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Eu te perdoo. Te perdoo porque sei que o que fez é culpa minha. Não te dei atenção suficiente, não te amei o suficiente, não te fiz o suficiente, não te dei o suficiente, não sangrei o suficiente, não suicidei o suficiente, não sofri o suficiente, não doí o suficiente, não morri. Mas não se preocupe, amor, tudo isso vai mudar.


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Ah, a mediocridade! A mediocridade é um mito! Depois continuo...

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