terça-feira, 7 de junho de 2011

Já perdi minha avó, meu bisavô e inúmeros amigos durante a vida, mas de forma mais indireta, e mesmo assim... não sei definir qual sentimento predomina ou deveria predominar. Claro que a tristeza é grande... claro que choramos... mas me parece que para cada pessoa que perdemos, nos abate uma tristeza diferente e choramos de forma diferente, até as lágrimas mudam o sabor. Por isso, por não entender como me senti, por não entender como lidar com a dor da perda, sou péssimo para falar sobre.
Acho tão impossível não achar a morte ou a perda de alguma forma, algo inevitável quanto é impossível não chorar quando ela vem. Mas aprendi com minha mãe uma forma interessante de confortar. Sempre que eu ficava triste, ela me abraçava e deixava eu chorar. Não era preciso que ela falasse nada, eu só chorava e, se quisesse, falaria uma coisa ou outra. Me sentia melhor depois. Não bem, exatamente, certas feridas são profundas demais e sei que você me entende. Não, não estava bem, mas estava melhor, que já é mais que nada.




Por isso, me desculpe, por favor, por favor mesmo, se eu não consegui te dar o apoio que precisava. Me desculpe se eu não disse o que você esperava que eu dissesse. Me desculpe se tudo o que eu consegui fazer foi pegar na sua mão e ficar com aquela cara de estatelado, me segurando para não chorar também, mudo, pensando no que dizer. Desculpe se eu fiz muito pouco... Eu não faço ideia da dor que você está sentido, só sei que ela é imensa e que eu gostaria de tirá-la um pouco de seus ombros, mas não posso. É uma dor atrelada a você apenas, e só você vai dizer quando é hora de largá-la. Eu insisto em dizer que para qualquer coisa que precisar, eu estou aqui para você, e não é mentira.

Eu sei que é foda, e mesmo com todos te ajudando, vai ser mesmo muito difícil se levantar. E, por mais mãos que a ajudem, esta é uma tarefa só sua, e você vai ter que ter força para conseguir se sustentar, as pernas bambas, mas firmes, e caminhar, por todos nós, mas principalmente por você mesma e por ela também.

Queria poder fazer mais... Mas não sei se há muito o que fazer de minha parte... me desculpe pela minha impotência.

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